À porta fechada, o Sporting abriu as portas dos quartos de final da Taça da Liga, onde vai defrontar o Sporting de Braga, já na próxima semana. A equipa de Alvalade tinha o apuramento praticamente confirmado, mas resolveu qualquer dúvida que ainda houvesse no espaço de 40 segundos.
Paulinho demorou menos de um minuto a abrir o marcador, que teve o seu nome em três ocasiões. Um hat-trick na vitória por 5-0 sobre um Marítimo que mostrou, uma vez mais, que precisa de limpar a cabeça para mudar o rumo da temporada.
O mau tempo que atingiu todo o país e teve forte impacto na capital portuguesa, fez com que os adeptos não tivessem a possibilidade de se deslocar a Alvalade para um jogo que, à partida, não teria grande história, tendo em conta a situação leonina na fase de grupos da Liga dos Campeões.
Caso os adeptos estivessem presentes, ainda estariam a cantar o «Mundo Sabe Que» quando Paulinho, assistido por Arthur Gomes, abriu o marcador. Menos de 40 segundos foram suficientes para desmontar a estratégia do Marítimo, que, enquanto não oficializa José Gomes como novo treinador, apareceu em Alvalade com um esquema de três centrais.
Mais do que a tática, o problema da equipa madeirense passa pelo aspeto mental, que afeta jogadores que em tempos já mostraram qualidade. Isso justifica o erro de Vítor Costa, que deixou escapar a bola para Pedro Porro. Passe para Paulinho e o 2-0 sem qualquer oposição.
A qualificação já era mero pormenor, mas ficou fechada logo no arranque da partida, que foi baixando de ritmo à medida que o resultado se foi alterando. Um remate de Cláudio Winck, aos 26 minutos, foi o melhor que a equipa madeirense conseguiu mostrar em toda a primeira parte. Franco Israel segurou sem dificuldades e quatro minutos depois os leões alargaram a vantagem.
Com adeptos nas bancadas, Paulinho tinha mostrado os dentes três vezes. É que, tal como em 2021, o avançado faz um hat-trick numa das últimas partidas do ano. A combinação entre Trincão e Jovane é boa, mas uma vez mais o Marítimo mostrou que a cabeça não estava em Alvalade.
Os três golos e o facto de a partida estar decidida, fizeram com que a história do encontro ficasse escrita logo nos primeiros minutos, o que prejudicou o ritmo da partida e alguns jogadores que procuravam espaço de afirmação, como Mateus Fernandes, titular pela primeira vez, e Jovane Cabral, também ele a fazer o primeiro jogo de início esta temporada.
Na segunda parte, o Marítimo tentou deixar alguma marca positiva do jogo, nem que fosse um golo que ajudasse a subir os índices anímicos para os próximos desafios, que se afiguram de exigência altíssima para José Gomes e os seus jogadores. Vidigal teve, aqui e ali, alguns pormenores, Winck também procurou aparecer, mas foi mesmo uma noite para esquecer.
Porro aproveitou para fazer o 4-0, assistido por Mateus Fernandes, mas foi o autogolo de Miguel Silva, uma demonstração da noite infeliz do Marítimo, a fechar o marcador.
O Sporting fechou a fase de grupos com vários objetivos cumpridos: série de vitórias, três jogos sem sofrer e a reabilitação goleadora de uma equipa que, ao longo da temporada, tem tido na finalização o seu ponto fraco. Um bom registo numa partida sem grande história e exigência, ao contrário do que se espera já na segunda-feira, frente ao SC Braga.
Não tem tido uma época muito goleadora, mas tem encontrado na Taça da Liga um espaço para a reabilitação, à semelhança de toda a equipa. Três golos em meia hora que podem ajudar a motivar uma segunda metade de temporada mais bem conseguida.
José Gomes vai ter muito trabalho para recuperar este Marítimo. Há qualidade, mas a equipa insular está claramente numa fase negativa, em que tudo corre mal. Momentos de desconcentração, erros infantis e jogadores a bater uns contra os outros: exemplos de uma equipa que não conseguiu ser competitiva em Alvalade e que precisa de um abanão (e de uns quantos reforços).