Jéssica Silva desmantelou organização costa-riquenha

Mais uma vitória para Portugal, que continua a preparar o play-off de qualificação para a fase final do Mundial de futebol feminino. Depois da goleada (5-0) sobre a seleção do Haiti, a seleção portuguesa derrotou a congénere da Costa Rica por 1-0. Jéssica Silva, na segunda parte, fez o único golo da partida.

Luta contra a organização

Na antevisão a esta partida, Francisco Neto tinha destacado as capacidades da seleção da Costa Rica e verificou-se que o estudo do selecionador português foi bem feito. A formação costa-riquenha apresentou-se organizada e mostrou capacidade para ter bola. Em parte, um teste bem diferente em relação ao último, frente ao Haiti. 

No fundo, é exatamente o que Portugal precisa nesta altura. Ainda sem adversário definido para o play-off de acesso ao Mundial, um teste diferente, mas de uma exigência claramente superior, não só no ranking (a Costa Rica ocupa a 37.ª posição, 14 lugares atrás de Portugal) mas também no estilo futebolístico.

Num plano global, Portugal foi a equipa dominadora ao longo da partida, mas o nulo ao intervalo mostrava as dificuldades que as comandadas de Francisco Neto sentiram para lidar com a equipa costa-riquenha, que teve tripla ocasião perto da hora de jogo - Rute Costa brilhou na baliza portuguesa.

Antes, apenas uma bola a rondar a baliza da Costa Rica, que podia ter tido um destino diferente, não fosse Jéssica Silva ter chegado ligeiramente atrasada ao cruzamento de Ana Borges. Com o desenrolar da partidas, a capacidade individual de Jéssica e Kika Nazareth começou a sobressair com mais frequência e aí viu-se uma seleção mais ao nível que se esperava.

Kika teve duas boas oportunidades no espaço de poucos segundos - jogada espetacular de Jéssica Silva a tirar três adversárias do caminho -, mas o nulo ao intervalo premiou a capacidade de organização da equipa costa-riquenha, que não subiu linhas, mas foi pressionante assim que Portugal tentava chegar ao último terço.

Hesitação atrasou o destino

Tal como na reta final da primeira parte, Portugal foi dominante no segundo tempo. A equipa de Francisco Neto mostrou mais intensidade, mas pecou num aspeto, a definição.

Alguma ansiedade na hora de finalizar e hesitações de Kika e Jéssica Silva acabaram por atrasar a vantagem portuguesa, que já se justificava pelo final do primeiro tempo, mas que seria ainda mais justa perante o crescimento português no arranque da segunda parte, sempre com Jéssica e Kika a darem nas vistas nas jogadas de criação ofensiva.

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Apesar da clara superioridade portuguesa (a Costa Rica tentou chegar à baliza de Rute Costa quase sempre na sequência de remates fora da área), só nos últimos minutos os adeptos que se deslocaram ao Complexo Desportivo de Alverca tiveram hipóteses de festejar, num lance que, mesmo assim, foi exemplo que fomos escrevendo nos parágrafos anteriores.

Jéssica Silva voltou a hesitar, não rematou de primeira, mas acabou por ter capacidade técnica para driblar as adversárias e rematar junto ao poste da baliza da equipa costa-riquenha. Depois disso, as amarras soltaram-se por completo e Portugal foi muito mais desinibido, mas o resultado final estava feito. Uma preparação com 100 por cento de aproveitamento.