Vamos começar a crónica do Vizela 0-1 Santa Clara da mesma forma como começou o jogo em si, neste caso a falar da expulsão. É que quando temos um jogo de futebol que tem uma expulsão aos dois minutos, não faz grande sentido começar doutra forma. A expulsão, descrita com opinião em baixo, condicionou totalmente, mas talvez não da forma que possa imaginar. Mesmo sem jogar bem, os açorianos aproveitaram a vantagem numérica para voltar às vitórias, com um golo que se deve ver e rever.
É certo que não sabíamos qual era o plano Mário Silva para o jogo 11 contra 11. Se calhar nessas condições até podíamos ter um verdadeiro recital de futebol dos açorianos, mas o que acabou por acontecer, 10 contra 11, foi mais uma amostra de um Santa Clara que não consegue jogar o mínimo de bom futebol e, muito menos, ter verdadeiras oportunidades de golo, que não venham de bola paradas.
Claro que o Vizela teve de jogar mais em transição rápida e partindo de um bloco baixo, mas nunca vimos a equipa de Álvaro Pacheco encostada atrás ou a sofrer. Isso só acontecia em bolas paradas, onde realmente o Santa Clara tem em Boateng uma arma muito interessante. Aliás, foi mesmo assim que veio o golo anulado aos açorianos, por fora de jogo. Ainda assim, a maior oportunidade foi mesmo dos da casa, com Samú a acertar no poste num remate à entrada da área.
Ora, e se a primeira parte não tinha sido famosa para o Santa Clara, o que dizer da segunda? Podemos exagerar um pouco e dizer que só houve futebol ofensivo jogado pelo Vizela e que o Santa Clara, em várias vazes, parecia que estava a jogar em inferioridade numérica e não superioridade. Só a espaços conseguíamos ver a equipa forasteira aparecer no ataque, ainda que até tenha tido a mais clara oportunidade, com Babi a cabecear por cima em boa posição.
A reta final foi a melhor fase do Santa Clara, também pelas dificuldades físicas de alguns jogadores de Álvaro Pacheco. Para além do lance de Babi, também Gabriel Silva acertou no poste num remate de ressaca após mais um bola parada. Foi nessa fase que veio o segundo grande momento do jogo. Uma grande receção e jogada de Filip Stevanovic e um verdadeiro golaço de Bruno Almeida.
O Santa Clara volta às vitórias depois de quatro derrotas e um empate, mas certamente que a exibição não terá agradado a Mário Silva, pelo menos pelo que se passou nos primeiros 70 minutos de jogo. Já o Vizela saiu sem pontos, revoltado, mas pelo menos com a certeza de que a ideia de jogo os vai deixar sempre mais perto de vencer.
Mesmo com menos um jogador, a equipa de Álvaro Pacheco fez o seu jogo. Com as limitações normais, os minhotos jogaram o seu futebol ofensivo e acabaram por ser melhores assim.
É impressionante como o Santa Clara tem dificuldades em criar lances de perigo em bola corrida. Mário Silva tem muito trabalho a fazer, ainda que a reta final do jogo tenha mostrado mais qualidade.
A expulsão é um lance complicado e nem temos a certeza se o avançado do Santa Clara ia chegar à bola. Ainda assim, o toque parece acontecer e por isso acaba por se aceitar. Depois há um golo bem anulado aos açorianos com ajuda do VAR.
Na segunda parte há uma grande penalidade sobre Bruno Wilson que não foi marcada. No geral, não foi um jogo fácil e a arbitragem não correu particularmente bem.