Mais uma equipa de I Liga a cair na Taça de Portugal! E desta vez foi um desinspirado Sporting - Alverca não foi assim há tanto tempo - que se viu incapaz de ferir a alma poveira, que continua a viver uma época de sonho. Ainda não perdeu, mantém um registo defensivo invejável e eliminou um dos três grandes do futebol português em casa emprestada, mas onde não faltou ambiente. Já o momento dos leões não é nada positivo...
Como é sabido, a Taça de Portugal é pródiga em surpresas - no que a tomba-gigantes diz respeito - e o Sporting estava particularmente avisado pelos vários casos de equipas da Liga Bwin que caíram aos pés de outras de divisões inferiores.
Rúben Amorim já conquistou Campeonato, Taça da Liga e Supertaça, mas vai continuar sem conquistar a Taça🇵🇹 pic.twitter.com/EsbbicWmPq
— playmakerstats (@playmaker_PT) October 16, 2022
O percurso do Varzim até ao momento fala por si. A série invicta diz, sobretudo, que este conjunto de Tiago Margarido prima pela coesão: sempre bem posicionada e estruturada nos vários momentos do jogo.
E se Esgaio nem sequer na ficha de jogo esteve, o onze, à exceção de algumas posições alertadas pelo próprio treinador na conferência de antevisão, não fugiu muito à normalidade.
A seriedade de Rúben Amorim, que ainda não venceu a prova como treinador, para encarar este duelo foi clara e a primeira parte contou com maior domínio da posse do Sporting e com o adversário a deixar ótimos apontamentos na defesa. Os leões raramente conseguiram furar pelo meio e apostar nos cruzamentos através das alas. Na área, a linha defensiva do Varzim, com a preciosa ajuda de Bonilla (misto de central com médio defensivo) tratou muito bem do recado.
Não foram, por isso, uns 45 minutos bonitos ou entusiasmantes. Houve rigor tático e algumas aproximações e remates pouco perigosos, sendo que as gentes poveiras suspiraram por um desvio de Joãozinho na cara de Franco Israel. De facto, faltou muito pouco...
Não mudou muito de figura, até porque o Sporting continuou a mostrar-se algo errático e sem grande criatividade para furar a organização poveira.
Agradeceram os defesas de Tiago Margarido, pois, que estiveram a um nível exímio - sobretudo pelo ar. No contragolpe, a área de Franco Israel ia sendo pontualmente ameaçada e João Faria, na sequência de uma bola parada, não perdoou, criando um cenário tão típico desta prova.
Os milhares de adeptos do Varzim fizeram de Barcelos a sua casa e sentiram cada lance, cada disputa, cada corte de forma invejável. Como o futebol deve ser. Nem o Sporting, que tão avisado estava, conseguiu contrariar a magia: fez-se Taça!
Dois em um. Foi Taça no seu melhor a todos os níveis. Passagem merecida do Varzim e dos seus incansáveis adeptos, que compareceram em massa no Cidade de Barcelos para assistir a um resultado memorável.
Talvez das piores fases da era Rúben Amorim enquanto treinador do Sporting. Depois da desilusão europeia e de um arranque tremido no campeonato, o leão caiu numa fase precoce da Taça de Portugal contra um adversário de Liga 3.