Bons sinais na visita ao Algarve. Um FC Porto consistente - como raras vezes se viu esta época - socou o Portimonense duas vezes e mostrou estar au point para o grande jogo da próxima ronda, na receção ao Benfica.
Otávio abriu o marcador a meio do primeiro tempo, Pepê colocou o carimbo e a assinatura em papel timbrado para o 2-0, sempre com assistências dos avançados: Evanilson (de barriga) e Taremi (de pé direito), voltaram a mostrar que a um ponta-de-lança pode e deve exigir-se mais do que golos.
Jogo rude, de combate físico, emboscadas e estratégias parecidas, com a qualidade do campeão nacional a prevalecer. Os algarvios só ameaçaram Diogo Costa na fase final, altura em que Yago Cariello falhou escandalosamente um golo feito. Acontece aos melhores - mas mais frequentemente aos piores.
O Portimonense quis, quis mais qualquer coisa. Foi sério, obstinado, não permitiu que o FC Porto lhe roubasse a carteira e chegou ao fim com a camisola suada e o odor a esgotamento. Teve o azar de apanhar uma das melhores versões portistas em 22/23.
Competitivo, competente e sólido, o FC Porto só na fase final abrandou e permitiu remates e ânimo ao Portimonense. Nessa fase já se pensava mais na viagem a Leverkusen e no importantíssimo Clássico da próxima jornada. Muitos jogos no relvado algarvio, muita coisa na cabeça de Conceição.
Seja como for, o treinador não fez qualquer gestão ou rotação, colocou os melhores e viu o jogo dar-lhe razão. Portimão é reduto traiçoeiro.
Técnico e combativo, competitivo e genial, Pepê chega a outubro de 2022 com o rótulo de jogador-chave no FC Porto. Quem diria? Por estes dias, só Taremi e Otávio terão a mesma influência em campo.
Esse 2-0 serviu para o dragão, por uma vez esta época, sossegar e viver o jogo com um sorriso até ao fim. Mais batalhas, quase decisivas, estão a caminho e nada como sair do Algarve de bem com a vida.
O Portimonense foi insuficiente, não teve a qualidade de outros dias. Segue com 15 pontos e tranquilo na classificação também. Nada despiciendo.
O treinador percebeu a importância do jogo e não fez nenhuma gestão. Otávio e Pepê entraram de início, na ligação entre os dois médios e os dois avançados. Faz toda a diferença no FC Porto.
O ponta-de-lança falhou escandalosamente o golo para o Portimonense aos 76 minutos: quase em cima da linha de baliza, sem ninguém à frente, o avançado encostou com o joelho e a bola bateu na barra. Incrível.