O objetivo ainda não foi cumprido, mas, olhando para o contexto em que o Moreirense chegou à última jornada, é uma grande vitória os Cónegos estarem vivos no sonho de manutenção. O empate do Tondela e a triunfo folgado da equipa de Ricardo Sá Pinto (4-1) frente ao Vizela permitiram aos verde e brancos atingir um lugar no play-off de manutenção.
A partida no Comendador Joaquim de Almeida Freitas ficou marcada pela expulsão ainda cedo de Ivanildo Fernandes, que deixou os visitantes em desvantagem numérica. Ainda assim, o Vizela ficou longe do seu melhor e raramente igualou na agressividade o seu adversário.
Melhor começo não podia pedir o Moreirense, que desde cedo esteve a jogar contra dez, após a expulsão de Ivanildo Fernandes numa má abordagem em dividida com Paulinho. Apesar de não ser uma novidade para o Vizela o cenário de desvantagem numérica, os comandados de Álvaro Pacheco tiveram dificuldades na adaptação a esta realidade, algo aproveitado pela equipa da casa.
Com rapidez e um flanco direito muito dinâmico - a titularidade de Rodrigo Conceição foi uma aposta certeira -, os cónegos chegaram várias vezes com perigo ao ataque e aproveitaram as bolas paradas para mexer com o resultado, em lances finalizados por Sori Mané e Artur Jorge.
Insatisfeito, Álvaro Pacheco mexeu na sua equipa - já tinha lançado Haidara - e colocou a dupla Ofori/Nuno Moreira no jogo. Segundos mais tarde, no entanto, o Moreirense voltou a marcar, com o flanco direito a ser novamente protagonista. Dinâmico, Paulinho cruzou para o desvio ao segundo poste de Derik Lacerda.
Após uma reunião junto ao banco e uns gritos mais quentes do seu técnico, o Vizela acordou para o jogo na reta final do primeiro tempo e começou a ter bola no meio-campo adversário. Para o Moreirense chegavam más notícias de Tondela, com impacto na energia dos muitos adeptos presentes no Comendador Joaquim de Almeida Freitas.
De forma esperada, o ritmo da partida baixou após o descanso. O 1-1 axadrezado teve o condão de voltar a animar os adeptos cónegos e, consequentemente, a equipa. Ao aproveitar os espaços permitidos pelo Vizela, o Moreirense voltou a criar perigo e a estar perto do quarto golo.
Já depois de duas boas situações, Paulinho foi o responsável pelo 4-0, em mais um grande momento do atleta na partida. Com mestria, o lateral adaptado a uma posição mais ofensiva cruzou para a finalização certeira de Yan Matheus, recém entrado na partida.
Até ao final, a emoção esteve mais no que se passava fora de Moreira de Cónegos, apesar de um belo livre de Marcos Paulo ter dado alguma cor à tarde vizelense. Com euforia, provocações entre adeptos e confusão de informações, os sorrisos chegaram para a turma de Sá Pinto. O verde é de esperança!
Antes de pensar em outros resultados, o Moreirense sabia que tinha de fazer pela vida. É verdade que a expulsão ajudou, mas os cónegos colocaram um grande ritmo na partida e só desligaram na reta final. Com empenho e qualidade o play-off foi atingido.
Não afeta a temporada muito positiva do Vizela, porém, a despedida da época não foi positiva para os homens de Álvaro Pacheco. A expulsão teve um grande peso, mas, em cenários idênticos, a equipa teve capacidade para dar outro tipo de resposta.
Critério apertado na expulsão de Ivanildo Fernandes, ao considerar que Paulinho seguia para o golo. De forma natural, este momento colocou mais pressão do banco vizelense sobre a sua arbitragem, mas, globalmente, a tarde foi segura de Nuno Almeida e a sua equipa.