Prometia e não desiludiu! Momentos de qualidade aliados a uma segunda parte de grande ritmo foram aspetos-chave para o bom espetáculo proporcionado entre Gil Vicente e Paços de Ferreira (1-1), que resultou em divisão de pontos e o continuar de uma série menos forte a nível pontual para a equipa da casa.
Equilibrado até ao reatamento, o jogo despertou depois de uma decisão pouco explicável de Rui Costa em assinalar uma grande penalidade a favorecer o Paços de Ferreira. Apesar de nenhum conjunto ter vencido, os adeptos de ambos os conjuntos tem motivos para saírem satisfeitos após a qualidade demonstrada por Galos e Castores.
Equipas de reconhecida qualidade, era esperado um espetáculo agradável na noite deste sábado em Barcelos. Sem surpresa, o Paços de Ferreira procurou desde cedo um futebol mais apoiado e que foi capaz de nos minutos inaugurais chegar até zonas avançadas, enquanto o Gil Vicente esteve de olho nas transições rápidas e na capacidade de Samuel Lino em galgar metros.
Curiosamente, foi em bola parada que os visitantes criaram a sua grande situação até ao descanso, com um desvio num livre lateral a testar a atenção de Andrew. O guardião brasileiro recuperou um lugar no onze neste duelo, desta vez em concorrência direta frente a Frelih, que passou para suplente.
O passar dos minutos, num mérito que os homens de Ricardo Soares têm tido ao longo desta caminhada, permitiu ao Gil Vicente corrigir algumas marcações e ser mais efetivo nos momentos de pressão. Os galos começaram a colocar mais homens no meio-campo adversário e Samuel Lino rapidamente apareceu no jogo.
Pelo extremo já contratado pelo Atlético de Madrid passaram duas grandes oportunidades para o Gil Vicente: primeiro, serviu Matheus Bueno para à barra, estando também ligado ao lance que viu Élder Santana desperdiçar após uma deficiente rotação. Apesar do futebol mais vistoso do Paços de Ferreira, o conjunto da casa foi quem mais rondou o golo até ao intervalo.
A partida precisava de agitação e o momento diferenciador acabou por surgir bem cedo na segunda parte. Nuno Santos - magia de Butzke no passe - caiu em dividida com Hackman e Rui Costa decidiu assinalar uma grande penalidade de critério bastante apertado. Andrew ainda desviou, porém, não conseguiu evitar o tento da autoria de Antunes.
O ambiente escaldou após este momento - Ricardo Soares foi mesmo expulso - e o Gil Vicente rapidamente partiu para a reação, com mexidas mais balanceadas para o ataque. A intensidade aumentou no jogo e o Paços de Ferreira teve dificuldades para controlar a vantagem, apesar de também ter tido momentos para fazer o segundo.
Com o duelo partido, o golo podia surgir em qualquer baliza e foi a fantástica capacidade de finalização de Fran Navarro que voltou a fazer mexer as redes. O espanhol entrou com vontade de mostrar argumentos e provar a Ricardo Soares que está pronto para recuperar a titularidade.
O reforço motivacional causado pelo empate levou o Gil Vicente a ser mais forte nos últimos minutos, embora o Paços de Ferreira também tenha tido contra-ataques prometedores, que podiam ter outro sucesso com mais calma nos momentos de definição. O resultado não sofreu mais alterações, no desfecho de um encontro em que ninguém merecia sair sem nada no bolso.
Equipas diferentes, filosofias distintas, mas qualidade em ambos os lados. Gil Vicente e Paços de Ferreira proporcionaram um bom espetáculo e voltaram a provar a competência dos trabalhos de Ricardo Soares e César Peixoto. O futebol português agradece!
Também há mérito na reação do Gil Vicente, mas o Paços de Ferreira encolheu-se demasiado após o golo marcado e recuou no terreno, sem ter a mesma capacidade para o contra-ataque e aproveitar os espaços na defesa da casa, mais solta em busca do empate. Queda grande de rendimento após conseguida a vantagem.
É difícil encontrar razões para Rui Costa não ter revertido a decisão no penálti após consultar as imagens do VAR. Num jogo que estava calmo, este momento teve o condão de aquecer os ânimos nas bancadas - por norma bastante corretas em Barcelos - e também o banco gilista. Fez por ser protagonista, algo a evitar por um árbitro.