Foi feliz quem melhor quis

O Portimonense foi a Ponte de Sor vencer o Eléctrico por 1x4. Vitória justa da formação algarvia, que soube gerir muito melhor os tempos do jogo, e aproveitar os incaracterísticos erros defensivos dos alentejanos.

Os algarvios estiveram sempre na frente do resultado, e demonstraram muita inteligência ofensiva, e solidariedade defensiva, galvanizados numa boa exibição coletiva, que teve em João Silva, no capitão Paulinho Rocha, e no internacional português Nuno Miranda os grandes destaques da partida.

Erros que se pagam caros

O Eléctrico entrou melhor na partida, com uma sequência de oportunidades que deram as primeiras oportunidades para João Silva assumir o protagonismo. O Portimonense acabou por conseguir acertar marcações, e partiu em direção à baliza de Diogo Basílio, assumindo um maior ascendente do jogo a partir de meados do primeiro tempo.

Esse maior ascendente acabou por se traduzir no marcador aos 12', e logo em dose dupla. Primeiro, Célio Coque, displicente, permitiu que Paulinho Rocha intercetasse um passe, com o capitão algarvio a agradecer a gentileza apontando caminho à baliza do Eléctrico, batendo sem dificuldade o desamparado Basílio.

Logo a seguir - mas já depois de uma grande defesa de João Silva - o Portimonense chega ao bis, na sequência de uma reposição lateral batida para o remate de meia distância de Wendell. Fica a ideia de que Basílio poderia ter feito melhor no lance, num golo em que o ex-Eléctrico Wendell festejou com os colegas de forma contida, e ainda ergueu os braços como quem pede desculpa aos adeptos da antiga equipa. Bonito gesto do 41 do Portimonense.

Faltava discernimento aos homens da casa, que renasceram aos 15', com golo do capitão Russo, num desvio oportuno ao segundo poste, após passe de Peixinho. O tento galvanizou a equipa de João Freitas Pinto para os derradeiros minutos do primeiro tempo, mas a Portimonense demonstrou solidariedade defensiva - e um João Silva em bom plano - e nem as 5 faltas, já dentro do minuto 20, tiveram qualquer consequência no placard, até ao intervalo.

Não era a tarde do Eléctrico

Na segunda parte, o Eléctrico voltou a querer assumir o jogo, situação que o Portimonense não procurou contrariar em grande medida, preferindo apostar na união e coesão defensiva, e nas transições rápidas dos seus homens. Nuno Miranda foi dos mais perigosos, e também o responsável por negar o empate a Hugo Neves, aos 24',

Pouco depois, Júnior acertou nos ferros de Basílio, deixando claro que os algarvios só tinham uma coisa em mente: a vitória. Apesar do maior caudal ofensivo da equipa da casa, foi o Portimonense quem aumentou a contagem, aos 32', beneficiando de uma infelicidade de Gustavo Rodrigues, em quem o esférico desviou quando tentava impedir que a bola chegasse à sua área, traindo Basílio.

A partir dos 36', o Eléctrico apostou em Russo como guarda-redes avançado, mas o vazio de ideias dos alentejanos era por demais evidente, e foi o Portimonense a equipa mais perigosas nos minutos finais, sendo premiada com o 1x4 já dentro do último minuto, quando Nuno Miranda aproveitou mais um erro na construção do Eléctrico para fazer um remate a 35 metros da baliza deserta. 

Resultado justo para o Portimonense, que procurou com mais critério que os seus adversários, demonstrando que a união faz mesmo a força, e dando uma prenda de Páscoa aos vários adeptos que viajaram de Portimão a Ponte de Sor, e foram incansáveis no apoio à sua equipa.