Um sorriso que não engana ninguém. O Paços de Ferreira ganhou e ganhou bem, ao Marítimo, voltando aos triunfos e cimentando a posição tranquila na Liga. Os insulares estão em queda, de resultados e de exibições. Esta tarde, no regresso a casa, Vasco Seabra tirou muitos apontamentos. Há muito para corrigir.
A entrada da partida foi sintomático do que vimos, posteriormente. O Paços de Ferreira teve uma entrada à sua imagem: forte, pressionante e a deixar o Marítimo sem soluções. Os castores privilegiaram travar as subidas de Vítor Costa e Winck e colocando Rui Pires a vigiar Guitane.
Golos, pois claro. Percebeu-se cedo que o Paços marcar era uma questão de tempo. Os homens de César Peixoto, com Luiz Carlos à cabeça, roubaram imensas bolas e com muita rapidez procuraram chegar às zonas de finalização.
A equipa do distrito do Porto não ficou à sombra do primeiro golo e manteve a mesma estratégia. Pressionar alto e nas laterais, obrigando, inclusive Vidigal a ter de apoiar a defesa. Foi numa das dessas descidas que o Marítimo voltou a errar e a sofrer. Nuno Santos fuzilou Paulo Victor e os pacenses colocaram a nu toda a fragilidade do Marítimo.
Com dois golos de vantagem, o Paços de Ferreira soube tranquilizar o desafio, como quis. O Marítimo conseguiu ter mais bola, mas nunca conseguiu importunar, verdadeiramente o Paços de Ferreira.
Vasco Seabra mexeu ao intervalo, procurando novas soluções, e os insulares passaram a jogar de forma mais direta. Alipour e Joel, juntos, assim obrigararam, mas tornou-se, relativamente, fácil defender, por parte da equipa de César Peixoto, que foi refrescando o setor do meio campo.
André Ferreira teve de se aplicar em diversas ocasiões, mas o triunfo nunca foi colocado em causa, até porque aproveitando o maior espaço para jogar no ataque, a equipa local teve, também, oportunidades flagrantes para dilatar o resultado.
O Paços de Ferreira chega aos 36 pontos e fica à espreita do sexto lugar, que até pode valer lugar europeu. César Peixoto vive o estado-de-graça: em casa só perdeu contra o FC Porto e somou o quarto triunfo em sete jogos.
É um cartão de visita da equipa de César Peixoto: pressionar alto, obrigar a errar e ser rápido nas ações. Foi uma constante ao longo do jogo, mesmo que o Marítimo tenho tido alguns momentos de inspiração, a pressão dos castores foi sempre uma constante.
Vasco Seabra foi muito interventivo durante a primeira meia hora. Teve razões. O Marítimo foi um deserto de ideias e acumulou erros que pesaram, muito, no resultado final. A equipa melhorou, mas com 2-0 é difícil inverter o destino.
Hugo Silva teve uma tarde serena. Os jogadores não complicaram, o árbitro deixou jogar e as decisões foram, quase sempre fáceis de resolver. Nota curiosa: só foi mostrado um cartão amarelo, em toda a partida e foi ao minuto 90.