Acima de tudo: que grande espetáculo! Num jogo disputado a um ritmo muito alto e com as equipas - apesar das diferentes abordagens - quase sempre de olhos na baliza adversária, o Boavista arrancou um difícil, mas importante triunfo na visita ao Famalicão (1x2).
A equipa de Petit - teve de ver o jogo da bancada devido a uma suspensão por acumulação de amarelos - atingiu desta forma a barreira dos 30 pontos e ultrapassou o Famalicão na tabela classificativa. Os minhotos tiveram momentos de qualidade ao longo do jogo, porém, pecaram várias vezes no setor defensivo e foram penalizados.
Conscientes da importância que este jogo tinha para um possível final de época mais tranquilo, as equipas colocaram desde cedo um ritmo alto no relvado, com o Boavista mais recuado e sem surpresa a apostar nas saídas em transição. Num cruzamento/remate, o espanhol Adrián Marin levou à bola ao ferro no primeiro grande momento do jogo, que teve uma grande resposta dos visitantes.
Em lance pelo flanco esquerdo, Kenji Gorré conquistou uma grande penalidade que Gustavo Sauer converteu para a inaugural mexida no resultado. Após um período de normal impacto, o Famalicão reagiu e assumiu as rédeas do duelo, com dinâmicas e momentos de elevada qualidade coletiva. Bracali foi chamado ao serviço um par de vezes e negou as intenções minhotas.
Contra a corrente, a defesa famalicense meteu água e Petar Musa, avançado dono de um excelente faro de golo, não rejeitou a oportunidade de castigar o erro. Passe defeituoso de Dylan Batubinsika e abordagem apertada de Luiz Júnior, que deixou a bola nos pés do adversário para o 0x2. Um choque para os homens de Rui Pedro Silva, que estavam até a produzir de forma positiva.
Ainda antes do descanso e a aproveitar o desnorte do Fama em zona recuada, Musa atirou para fora numa boa situação. O croata queria mais da partida e, no início de segunda parte louco, atirou à barra depois de Gorre voltar a criar desequilíbrios em drible. Na resposta, a equipa da casa reduziu para elevar ainda a tensão para outro patamar no Municipal.
Aposta de Rui Pedro Silva ao intervalo, Jhonder Cádiz variou rapidamente entre o pior e o melhor. Momentos depois de desperdiçar uma excelente oportunidade, o possante ponta de lança aguentou o choque e trabalhou com qualidade na área adversária para faturar. Com um forte apoio do público, o Famalicão ligou o turbo e criou, criou, criou em busca do empate, sem sucesso nos momentos de definição.
Na reta final, o Famalicão perdeu algum norte na procura do golo, que não apareceu apesar de momentos - muitas queixas sobre uma grande penalidade - perto da área dos axadrezados. Ao seu melhor estilo, o Boavista revelou enorme coração para segurar a vitória e partir com mais tranquilidade para o que falta jogar na presente edição da Liga Portugal bwin.
Não foi um dia de muito volume ofensivo, mas o Boavista teve consciência da força do adversário a adaptou-se de forma inteligente para ferir o Famalicão nos momentos propícios. A organização correspondeu de excelente forma, mesmo com uma defesa ´remendada´ devido às várias ausência que limitaram as escolhas de Petit para o encontro.
Esteve longe de ser um má exibição dos minhotos, contudo, a equipa de Rui Pedro Silva acaba por ser castigada pela eficácia adversária perante os seus erros defensivos. Momentos decisivos que colocaram o Boavista no jogo e enervaram, de forma natural, as emoções no lado caseiro.
Jogo complicado para Rui Costa, com muita intensidade e lances divididos. Esteve globalmente bem, mas parece ter ficado por assinalar uma grande penalidade a favor do Famalicão na entrada para a reta final. Convicção na decisão não faltou, pois teve oportunidade de ver as imagens fornecidas pelo VAR.