Um jogo e uma vitória mudam completamente a perspetiva do Belenenses SAD e sobre o Belenenses SAD. Com três pontos agarrados na receção ao Portimonense, a equipa de Franclim Carvalho, que tem feito todo o campeonato no último lugar, ultrapassou o Moreirense provisoriamente e está a um ponto do Tondela, 16º colocado. E esta, hein?
Por outras palavras, e ao contrário da impressão generalizada, há vida no Jamor para os azuis que já foram do Restelo.
Esse é o grande mérito do treinador sucessor de Filipe Cândido. Sem ser brilhante, ou sequer algo próximo disso, Franclim Carvalho colocou a equipa num ciclo de quatro jornadas sem derrotas (três empates e esta vitória) e pela primeira vez, desde há longos meses, a avistar uma luzinha lá no fundo do túnel.
Agora, o Portimonense. O que se passa com a equipa de Paulo Sérgio? A resposta pecará sempre por simplista, ao ser dada numa crónica, mas os números são preocupantes.
Os de Portimão estão há 14 jogos sem vitórias (!) e são a equipa com pior registo pontual na segunda volta. Pior era difícil, se pensarmos que o Portimonense chegou a andar no «top-5» da Liga.
No Jamor, apesar de todos os protestos - Willyan, de cabeçaperdida, chegou a dar um encosto ao árbitro Hélder Malheiro -, os algarvios só se podem queixar de erros graves, primários e, talvez, imperdoáveis.
Logo no início, Lucas Possignolo fez um penálti claríssimo sobre Safira. O avançado azul não perdoou e abriu o marcador; o central foi substituído logo a seguir.
Aos 38 minutos, Willyan derrubou Rafael Camacho, que seguia isolado, e após alerta do VAR acabou por ser expulso. Terrível e uma boa explicação para esta derrota.
Um deserto em Portimão.
Com este resultado, a formação lisboeta passa a ter 21 pontos e está viva, bem dentro da luta pela permanência. O Portimonense, com 29, parece perdido e desorientado no 11º lugar.
O avançado sofreu a falta dentro da área e transformou o penálti em golo. Leva já seis golos na Liga, um número nada despiciendo para o atacante de uma equipa que tem penado no último lugar.
O jogador do Portimonense carregou Rafael Camacho, viu o cartão vermelho - após alerta do VAR - e reagiu da pior forma possível. Deu uma peitaça em Hélder Malheiro. Não pode ser.
Não faltou polémica. Primeiro no penálti assinalado sobre Safira; depois na expulsão (com protestos e um encontrão à mistura) de Willyan. Em ambas as situações, as imagens televisivas dão razão ao árbitro Hélder Malheiro. O trabalho foi exemplar? Longe disso, mas nos lances-chave o Portimonense só se pode queixar dos erros graves de Lucas Possignolo e Willyan.