Os dogues ladram e a caravana de Tuchel passa

O Chelsea de Thomas Tuchel ainda teve pelo caminho um par de armadilhas e umas quantas decisões difíceis, o que já foi mais que esperavam depois de uma vantagem de dois golos conquistada em Londres, mas conseguiu fazer aquilo a que se propôs e, com uma vitória por 1x2 (agg. 1x4), seguiu para os oitavos de final da Liga dos Campeões.

Fica pelo caminho a equipa do Lille, que apesar das dificuldades a nível doméstico desde a saída de Christophe Galtier, treinador que levou os dogues ao título da Ligue 1, conseguiu cumprir de forma exemplar a missão na liga milionária, caindo perante o campeão em título da mesma.

Fé francesa

A situação não parecia nada fácil, mas passou a parecer bem mais ligeira depois da equipa da casa ter aberto o marcador e reduzido o resultado agregado para apenas um golo de vantagem dos ingleses.

A diáspora lusa ao serviço de Gourvennec voltou a ser titular, à exceção do lesionado Renato Sanches, e apresentou-se a bom nível. José Fonte, muito elogiado na véspera deste jogo, fez uma exibição com a solidez habitual e só não foi o melhor na defesa porque Tiago Djaló esteve em grande plano. Xeka, na ausência do colega do miolo, arregaçou as mangas e por muito pouco não fez um golo que podia ter mudado o destino da eliminatória.

Fora desse contingente luso, as esperanças francesas foram depositadas no veterano Burak Yilmaz. O avançado turco foi a personagem principal dos primeiros 45 minutos e foi ele quem abriu o marcador de grande penalidade (Xeka atirou contra a mão de Jorginho), já após duas situações de algum perigo para a baliza de Mendy.

Xeka e Pulisic ©Getty / Soccrates Images

Festa inglesa

A apenas um golo de empatar a eliminatória, era notável o ambiente que os adeptos iam construindo nas bancadas do Stade Pierre-Mauroy. Preparava-se uma festa, mas Christian Pulisic mudou a decoração sem avisar e, depois de um belo passe de Jorginho, fez o 1x1 que arruinou o otimismo caseiro. Mesmo antes do intervalo, para obrigar o treinador francês a riscar os planos.

Evidente desânimo, de um Lille que durante os primeiros 45 minutos obrigou o adversário a jogar quase exclusivamente no seu meio campo defensivo, mas que na segunda parte já permitiu mais atrevimento. As dificuldades multiplicaram-se depois das lesões de Botaman e Celik na defesa, e o Chelsea acabaria por voltar a marcar, por intermédio do seu capitão: Azpilicueta, em grande plano na segunda parte, apareceu ao segundo poste e fez um golo que fechou a contagem.

De repente a distância era de três golos e já havia pouco a fazer, mas os adeptos caseiros deram um bom espetáculo quando os jogadores não conseguiram. Bandeiras e vozes em abundância, na derrota frente ao campeão europeu que, ambicioso, segue em frente para nova aventura europeia. O Lille fica em casa, mas com sensação de missão cumprida.