Carlos Carvalhal tinha pedido uma «noite à Braga» e tantos os seus jogadores como o público não desiludiram. Impulsionados por um forte apoio em dia de chuva e tentos cedo e a acabar, os minhotos bateram por 2x0 o AS Monaco e seguem para a segunda mão com forte confiança numa passagem aos quartos da Liga Europa.
Num duelo muito interessante e que até devia ter tido mais golos, os Arsenalistas realizaram uma exibição bastante competente e onde não acusaram o peso do adversário, talvez o nome de maior força encontrado até esta fase na prova. Do lado visitante, a ideia novamente que tanto talento precisa de maior sentido coletivo.
Raros extremos existem como no desporto, onde da tristeza para a felicidade, do 8 para o 80, se muda num piscar de olhos. Poucos ficaram indiferentes às lágrimas de Abel Ruiz após desperdiçar uma grande penalidade na anterior noite europeia no Minho, com o espanhol a canalizar essa frustração da melhor forma no lance que abriu o ativo ainda cedo esta quinta-feira.
O golo foi prémio para a entrada forte do conjunto de Carlos Carvalhal, decidido a aproveitar o fator casa para fazer importantes diferenças na eliminatória. O AS Monaco pareceu surpreendido com a agressividade adversária e demorou até conseguir entrar no jogo, enquanto o perigo rondava por várias vezes a sua baliza.
A envolvência ofensiva habitual dos Arsenalistas - destaque para os incansáveis Yan Couto e Rodrigo Gomes - abriu, porém, caminho aos visitantes apostarem na transição e aproveitarem alguns deslizes dos minhotos em zona recuada, com Gelson Martins sempre interventivo e a confirmar boa época que está a realizar.
No bola cá, bola lá, as emoções estiveram ao rubro durante o primeiro tempo, com o público a mostrar um muito quente apoio ao seu SC Braga. Após Ben Yedder ter um tento invalidado pelo VAR, o volume ofensivo dos minhotos ainda ganhou mais força e a curta vantagem ao intervalo castigava a ineficácia Gverreira.
Também devido a quebra na intensidade do SC Braga, o AS Monaco estabilizou no regresso dos balneários e teve mais engenho para jogar no meio-campo adversário. No entanto, o principal agitador continuava a ser Gelson Martins, quase sempre ligado aos calafrios criados à defesa minhota.
Sem hesitações e com a confiança habitual em todo o seu plantel, Carvalhal rapidamente recorreu em força ao seu banco e conseguiu estancar o crescimento monegasco, apesar do fulgor ofensivo continuar longe do que a equipa revelou até ao descanso. Os minutos passaram, os visitantes subiram no terreno e o SC Braga aplicou o golpe final.
No coroar de uma exibição em crescendo, Fabiano aproveitou espaço pelo flanco direito e cruzou para o indefensável cabeceamento de Vitinha, na grande explosão de alegria da noite. Carvalhal também ganhou o jogo com o impacto das suas mexidas e os minhotos viajam para o principado bem encaminhados na eliminatória.
O AS Monaco era, em teoria, o adversário mais forte que o SC Braga defrontava até ao momento nesta edição da Liga Europa. Com muita confiança, os minhotos entraram em grande no jogo e provaram ao longo dos 90 minutos muita capacidade para ultrapassar o adversários recheado de elementos de inegável talento.
O AS Monaco continua a ter problemas de regularidade, mesmo dentro de apenas um jogo. A equipa é capaz de apresentar ataques bem trabalhados e momentos de qualidade, como vários deslizes de concentração e fases de pouca agressividade. A mudança de treinador não parecer ter dado, ainda, os frutos desejados.