De volta à Liga e de volta às vitórias. Depois do choque Liga dos Campeões, o Sporting voltou à zona de conforto e venceu o Estoril por 3x0.
Pedro Gonçalves voltou aos golos, num lance em que Dani Figueira não fica nada bem na fotografia, mas foi a expulsão de Raul Silva, na segunda parte e apenas quatro minutos depois de ter entrado, a abrir definitivamente caminho para a vitória de um Sporting que não foi brilhante, mas que foi quase sempre a única equipa a pensar no ataque.
Deu a sensação de um regresso a casa após uma semana de frequências, exames e uma noite mal passada depois daquela saída à noite para descontrair. Neste caso, o Sporting nem teve de fazer a viagem, às vezes bem longa, para voltar ao conforto do seu lar. Em Alvalade, com uma casa bem composta, a um domingo à tarde, o Sporting voltou ao conforto da Primeira Liga para recordar que há muito mundo para lá do Manchester City.
O Estoril Praia, que nos últimos jogos tem sido mais destaque no ponto de vista defensivo do que propriamente ofensivo (antes da última vitória, os canarinhos não venciam há sete jornadas), veio a Alvalade com bloco baixo, sabendo das dificuldades da equipa de Rúben Amorim para criar situações de golo nestas condições.
Viu-se um Sporting pressionante (que pulmão, Ugarte!), mas a recorrer em demasia a cruzamentos, perante as dificuldades em fazer combinações à entrada da área estorilista.
Foi uma sensação de déjá vu. Já tinha acontecido na primeira volta, onde o leão também teve iniciativa, mas não criou assim tantas ocasiões como isso. Nesse jogo, Dani Figueira falhou e o Sporting acabou por conseguir ultrapassar a muralha estorilista. Também aí houve déjá vu.
Apesar de estar a controlar a partida, a equipa de Rúben Amorim ainda não tinha testado o guarda-redes canarinho, que, à primeira vez que foi chamado a intervir, estava a frio, apesar dos 40 minutos de partida já jogados. O remate de Sarabia nem foi assim tão forte, mas o guarda-redes facilitou e Pote apareceu no sítio certo para dar vantagem à equipa leonina.
Não se pode dizer que a vantagem era injusta, apesar dos poucos remates à baliza. Durante 45 minutos, só deu Sporting e Bruno Pinheiro percebeu isso.
Na segunda parte, já se viu um Estoril mais próximo do esperado. Linhas mais subidas, médios a pressionar a saída de bola da equipa de Rúben Amorim e a sensação de alguma dificuldade para gerir a partida por parte do Sporting.
Só que, tal como tinha acontecido com a equipa leonina na primeira parte, também o Estoril não conseguiu aliar esse momento positivo a lances de verdadeiro perigo, apesar de Gamboa, aposta ao intervalo, ter dado logo um aviso daquilo que se podia esperar do Estoril na segunda parte.
No banco, Rúben Amorim sentiu alguma inquietude. O Clássico pesou nas soluções no banco de suplentes e o cansaço do jogo da Liga dos Campeões também não ajudou. Daniel Bragança veio para que a equipa conseguisse respirar com bola, mas quem acabou por ajudar mesmo foi... Raul Silva.
O defesa brasileiro estreou-se pelo Estoril Praia e durou apenas quatro minutos. Uma entrada mais ríspida sobre Porro, com Hélder Malheiro a recorrer ao VAR, resultou na expulsão do ex-Sporting de Braga e aí acabou qualquer esboço de reação estorilista.
Empurrado pelos seus adeptos após a expulsão, o Sporting resolveu o jogo durante os 25 minutos que passou encostado à área canarinha. Matheus Reis, num dos melhores lances do encontro, fez o 2x0 e Sarabia, com um golaço, fechou a contagem e passou a batata quente ao FC Porto, que joga ainda este domingo.
Primeira parte relativamente tranquila, segunda parte mais difícil. Alterou o critério de amarelos e contribuiu para que a partida tivesse menos qualidade. Quanto à expulsão de Raul Silva, acaba por ser um lance típico de VAR. Por normal, seria apenas mais uma jogada dividida, mas com recurso às imagens Hélder Malheiro viu algo mais. O toque do brasileiro no tornozelo de Pedro Porro resultou na expulsão do defesa central.
Sem Palhinha, Ugarte foi a escolha natural de Rúben Amorim e não desiludiu, bem pelo contrário. O uruguaio foi um tratado de bolas recuperadas e contribuiu para que o Sporting conseguisse jogar com as linhas tão subidas. O substituto natural, agora e, muito provavelmente, na próxima época.
Foi um dia em que não vimos tanto jogadores como André Franco ou o próprio Arthur Gomes, o que não é de estranhar. O Estoril preferiu atuar com bloco baixo e não conseguiu envolver os jogadores mais capazes de fazer a diferença frente ao Sporting.