É um dos versos de uma das várias músicas com que o Panda e os Caricas, grupo de animação infantil, brinda os mais novos. Este que vos escreve também as devora, à conta de um pequeno que as gosta de ouvir em loop, portanto não admira que, fazendo do futebol a sua profissão, a ligue ao desporto-rei. E encaixa que nem uma luva (já vamos ao resto do refrão). Encaixa para explicar como este FC Porto está cada vez mais dominador, no campo e na tabela, onde, à conta da vitória contra o frágil Famalicão, disparou para uma distância de seis pontos, depois da derrota do Sporting.
Seguimos a crónica, ao som da música.
«Olha o dragão, rei da montanha» é o primeiro verso de uma equipa que já estava no topo dessa montanha e que, agora, vê os perseguidores mais abaixo. Pode-se dizer que o jogo já tinha começado bem antes do apito inicial de Rui Costa, na noite de sábado, com uma improvável vitória do SC Braga em Alvalade que, estivessem já adeptos na bancada do Dragão, seria comemorada efusivamente. Certamente que o foi, na casa de cada portista, que sabia que, na receção ao Famalicão, nenhuma outra possibilidade caberia na sua cabeça que não a da vitória.
«Olha o dragão, sabe voar», como era previsível. Desbloqueado o marcador, seguiu-se o segundo, podia ter aparecido o terceiro (Otávio viu ser assinalado penálti, entretanto revertido) e a equipa foi para o intervalo ouvir Vítor Bruno - que teria pouquíssimo para dizer. Teria bem mais a meio do segundo tempo, depois de uma transfiguração do Famalicão, que fez com que o jogo se passasse a disputar no campo todo. Mais espaço para os portistas contra-atacarem, embora não tanta arte - algum relaxamento, que se compreende.
No fim, o dragão voou triunfal. A montanha é cada vez mais sua. E este, que vos escreve, acabará a reportagem e seguirá para casa para um beijo de boa noite ao pequeno inspirador, que já há muito dorme...
Todas as equipas passam por altos e baixos numa época e este FC Porto ainda está sujeito, como qualquer equipa, a jogos menos fulgurantes, mas parece difícil que tal aconteça a curto prazo. É que a equipa está com uma dinâmica espetacular e vive cada vez menos dos rasgos individuais de Luis Díaz. É uma equipa no seu todo, com espetacular dinâmica ofensiva, dificílima de contrariar. E com seis pontos de avanço...
O vermelho a Uribe parece correto. pelo menos, pôs-se a jeito, já que há muito procurava o cartão, embora com pouca arte (também nisto ela é precisa). Não é grave, pois já falharia o próximo jogo, por ir à seleção, mas assim continua em risco. Era bem mais fácil retardar uma reposição ou agarrar a camisola de um adversário, por exemplo.