Famalicão e Paços de Ferreira não foram além de um nulo (0x0) no final da tarde deste domingo, num jogo longe de encantar dentro das quatro linhas e que não premiou o excelente ambiente criado pelos adeptos presentes no Municipal. Mesmo com uma expulsão na equipa da casa durante a segunda parte, os conjuntos seguiram divididos no jogo e com pouca inspiração no ataque.
Para Rui Pedro Silva fica o terceiro jogo consecutivo a pontuar desde a sua chegada ao Famalicão, com uma resposta forte da sua equipa após a injusta expulsão de Alexandre Penetra. Por sua vez, o Paços de Ferreira subiu um pouco de rendimento depois do descanso, mas não foi a tempo de apagar uma exibição cinzenta e longe do que os Castores podem apresentar.
Pela primeira vez desde a chegada ao Famalicão, o técnico Rui Pedro Silva juntou Pedro Marques a Simon Banza na frente do ataque, com o francês a procurar os apoios e ajudar também na construção ofensiva. No lado do Paços de Ferreira, uma dinâmica surpreendente escolhida por César Peixoto, ao optar pela utilização de Juan Delgado na lateral direita quando Uilton Silva também estava no onze.
Mesmo sem um futebol deslumbrante, a equipa da casa foi dona e senhora da partida do primeiro tempo, com muitas dificuldades criadas ao Paços de Ferreira para sair em qualidade na transição atacante. Solução mais móvel - Denilson Jr falhou o jogo devido a castigo - para a posição de avançado centro, Lucas Silva sentiu problemas para ganhar duelos aos defesas adversários, peças importantes nas tentativas do Famalicão em acelerar o jogo desde posições recuadas.
As oportunidades foram surgindo para os minhotos, com destaque para uma excelente intervenção de André Ferreira a negar o cabeceamento de Simon Banza, enquanto Pedro Marques não conseguiu dar a melhor resposta a um cruzamento largo de Ivo Rodrigues ao segundo poste, já perto do descanso. O nulo era lisonjeiro para os visitantes ao intervalo.
De forma natural e depois das dificuldades sentidas, o Paços de Ferreira apareceu um pouco mais solto e capaz no regresso dos balneários. Infelizmente para o espetáculo, apenas um remate de Uilton Silva testou a atenção de Luiz Júnior, enquanto o Famalicão perdeu gás a nível ofensivo. Faltava algo para agitar as águas, que acabou por surgir numa má decisão do árbitro Hélder Malheiro.
Após um choque cabeça com cabeça em dividida no ar, Alexandre Penetra viu o segundo o cartão amarelo e deixou a equipa de casa reduzida a dez unidades, num lance que aqueceu os ânimos tanto nas bancadas como dentro das quatro linhas. A agressividade aumentou nos dois lados, com o Famalicão ter o mérito de continuar perigoso e a olhar para a baliza adversária.
Apesar de ter mais bola, o Paços de Ferreira continuou a revelar problemas para ligar o seu jogo, embora Uilton Silva tenha continuado a ser o principal agitador. Com o público a apoiar, os homens da casa também procuraram o golo e Bruno Rodrigues quase foi herói em tempo de compensação, mas André Ferreira segurou a justa igualdade no resultado.
Mesmo longe da inspiração, o Famalicão apresentou uma atitude competitiva ao longo do jogo, acentuada após a expulsão de Alexandre Penetra. Existem muitos aspetos a melhorar, mas Rui Pedro Silva tem tido o mérito de devolver mais nervo aos jogadores, importante em duelos como este.
O público apareceu para dar um cor bonita ao ambiente no Municipal de Famalicão, mas os adeptos presentes no estádio não foram premiados com um jogo de qualidade. As duas equipas estiveram pouco inspiradas e os guarda-redes raramente foram testados, o que resultou num justo nulo. Há qualidade para mais em ambos os lados.
O jogo estava a ser controlado de forma tranquila por Hélder Malheiro, mas a decisão errada em expulsar Alexandre Penetra acabou por estragar a exibição do juiz e a sua equipa.