Se não é vegetariano (ou vegan), gosta de carne e nunca provou... Aconselhamos verdadeiramente a experimentar a posta arouquesa. É deliciosa e as gentes de Vizela não devem ter saído de Arouca nada insatisfeitas sobretudo com o triunfo suculento da equipa de Álvaro Pacheco. Qual a melhor maneira de terminar com uma série de jogos sem ganhar e de somar o primeiro triunfo fora de portas? Fazer história na I Liga! Pela primeira vez, o Vizela fez quatro golos no principal campeonato e goleou o Arouca num jogo atípico e com várias incidências.
Uma primeira parte infeliz dos arouquenses, com muitos erros, acabou por ser decidir os destinos finais do encontro frente a um Vizela que aproveitou para carregar na ferida aberta do adversário e ser mais solidário na segunda parte.
... É difícil resistir. E começamos por escrever estas palavras porque, de facto, o resultado na primeira parte foi completamente desnivelado. E é fácil de explicar. Ainda o jogo estava numa fase inicial quando Samu, descobrindo o mau posicionamento de Norbert, disferiu uma bala fora da área que só parou no fundo das redes. Estavam decorridos quase dez minutos.
O Arouca, atónito, tentou responder como pôde. Altman caiu na área e pediu-se penálti sem sucesso, Bukia atirou à malha e um ou outro cabeceamento não teve a melhor direção. O problema é que, num lance em que tudo parecia controlado, Norbert calculou mal um passe, a bola parou nos pés de Schettine e, a seguir, nas redes da baliza do camaronês.
O 0x3 ficou assim definido, com dois erros incompreensíveis. Charles também cometeu o seu, mas o livre indireto dentro da área não deu em nada, tal como as seguintes tentativas dos visitados. O Vizela, sempre atento às combinações rápidas, cheirou o 0x4 por Schettine, autor do falhanço da noite. No entanto, o mesmo redimiu-se ao bisar, antes do intervalo, convertendo uma grande penalidade que nasceu de um puxão de Kouassi. Que primeira parte atípica, senhoras e senhores.
Certamente que a curiosidade era muita sobre a palestra de Armando Evangelista nos balneários após 45 minutos inexplicáveis, mas a verdade é que a segunda parte abriu com duas oportunidades flagrantes do Vizela: uma mal finalizada e outra defendida por Norbert, ambas nascidas de erros individuais.
As bolas paradas iam ameaçando o guardião brasileiro e a situação foi-se complicando mais com o passar do tempo. O VAR reverteu um vermelho a Koffi, que complicaria a missão dos homens de Álvaro Pacheco, e o Arouca esteve perto do 2x4 numa autêntica carambola que só não deu golo por milagre.
Apesar de algumas aproximações em ambas as áreas, o resultado não se alterou mais e o Vizela aproveitou para colar-se ao Arouca na tabela classificativa.
Uma equipa que não abdica da sua identidade e da sua ideia de jogo independentemente do contexto. É verdade que a vitória acabou por ser 'facilitada' em certa parte, mas acabou por ser um prémio merecido para a turma do Vizela, que voltou a fazer história.
A primeira parte acabou por sentenciar por completo as aspirações do Arouca. Demasiados erros individuais com passes mal calculados, distrações e pouco óleo na máquina. Armando Evangelista vai ter de encontrar soluções.
O VAR evitou uma expulsão de Koffi, revertendo para amarelo, e pecou pelo demasiado tempo de espera. De resto, pouco ou nada mais a apontar.