Se é daqueles que acredita que os jogos da Primeira Liga portuguesa não têm qualidade ou que pecam pela falta de velocidade, esta partida não era para si. Ou então até era. Gil Vicente e Vizela deram uma excelente amostra de futebol positivo, com ataque de parte a parte, grandes oportunidades e, sobretudo, um bom espetáculo. Daí o «Bis, bis!», comumente usado na música, quando se quer que algo seja repetido.
Na partida, também foram dois bis que decidiram, com Fran Navarro e Marcos Paulo a marcarem para as respetivas equipas.
Os encontros recentes não eram particularmente famosos para ambas as equipas, por isso a paragem internacional veio a calhar. Com tempo para estudar bem o adversário, foi Álvaro Pacheco que começou a mostrar o trabalho de análise, com os vizelenses a aplicarem uma pressão alta que causava dificuldades na saída de bola gilista. Ainda assim, foram os homens da casa que criaram real perigo pela primeira vez, num cabeceamento de Navarro que, em posição privilegiada, atirou por cima.
Depois disso, o ritmo subiu, Samuel Lino respondeu com um remate ao poste, Nuno Moreira ficou, por duas vezes, perto de aumentar o marcador e Schettine falhou de forma escandalosa, já perto do descanso. Tudo isto com jogadas bem construídas, que faziam animar as bancadas em Barcelos - belo espetáculo nas bancadas.
Ricardo Soares, que havia apresentado várias mudanças no onze, reajustou ao intervalo e retirou duas dessas caras novas. Zé Carlos e Talocha foram a jogo, Hackman passou a central e os gilistas continuaram com o mesmo ritmo do primeiro tempo. Após um aviso de Koffi, chegou o empate da equipa da casa. Zé Carlos mostrou serviço, cruzou para Navarro, que se redimiu do primeiro falhanço e fez o empate.
O espetáculo não ficaria por aí, como seria esta partida já fazia calcular. Desta feita foi a vez do Gil avançar no terreno e começar a tentar o empate. Os adeptos vizelenses ainda festejaram o terceiro, mas o VAR decifrou uma posição irregular de 1 cm (!) e o lance foi anulado.
Ao cair do pano, o outro bis da partida. De novo com um cruzamento, Fran Navarro fez o empate, que ainda foi ameaçado por Tomás Silva no último minuto da compensação. Um ponto para cada lado foi o desfecho.
Os adeptos que se deslocaram a Barcelos foram presenteados com um grande espetáculo de futebol. Vários oportunidades, muitos golos e, no geral, um partida bem disputada.
Ricardo Soares optou por fazer várias alterações, que acabariam por ser um tiro ao lado. Um penálti cometido e alguma intranquilidade na defesa. Mudou ao intervalo para retificar e teve sucesso.
Não foi a melhor exibição de Fábio Veríssimo, que mostrou alguma dualidade de critérios. Bem apoiado pelo VAR.