Despedida em grande do campeão e do melhor marcador da Liga! Num jogo que ganhava mais interesse pelo marcador dos golos do que pela partida em si, Pote foi a atração principal e não defraudou expetativas ao apontar o primeiro hat-trick da carreira, conseguindo desta forma ultrapassar Seferovic na lista dos melhores marcadores da Liga NOS. Quanto ao jogo, que parecia mesmo ser o que menos interessava, houve goleada do leão sobre o Marítimo, por 5x1, a coroar uma época inesquecível.
Sem público foram os campeões a fazer a festa no regresso a casa. Inicialmente esperava-se que alguns leões estivessem mais perto da equipa do que em qualquer outro momento da época, mas a mudança de planos da Liga alterou também os planos da equipa de Rúben Amorim, que, sem hipótese de dar espetáculo aos seus adeptos nas bancadas deu aos que estavam a ver o jogo na televisão (caso ainda estivessem acordados...). Pote, protagonista principal da noite, saiu com a coroa de melhor marcador da Liga NOS, depois de fazer o primeiro hat-trick da carreira.
Essa era, de resto, a atração principal de uma festa que tinha pouco interesse do lado madeirense, como, aliás, se viu no relvado de Alvalade, onde a equipa de Júlio Velázquez parecia viver já um clima de férias apropriado à festa verde e branca, que permitiu a Rúben Amorim sagrar dois novos campeões, como havia prometido.
André Paulo e Tomás Silva tiveram direito a medalha ao entrarem na segunda parte, quando tudo já estava resolvido. Ainda assim, tudo indica que caso não estivesse tivessem na mesma essa possibilidade.
Ainda não lhe contámos como foi a festa, mas vamos a tempo, até porque é fácil de contar. Na primeira parte jogou-se no meio-campo do Marítimo e na segunda parte no meio-campo oposto... que também era do Marítimo. O Sporting entrou com a corda toda e depois de ver o bis de Seferovic as indicações eram claras: dar a bola a Pote.
Antunes ainda tentou arriscar o golo ao minuto 2, quando acertou na barra para um momento que acabaria como um dos highlights do campeonato, mas foi mesmo Pote a abrir o ativo, numa amostra do que seria o jogo a partir daí. O objetivo primário passava por igualar Seferovic o mais rápido possível, o que viria a acontecer logo ao minuto 20, depois de Daniel Bragança acertar no poste da baliza de Charles. O guarda-redes brasileiro nada podia fazer para evitar o 2x0, já o 3x0... Se o remate de Antunes podia ser o golo da época, o autogolo de Karo, com Charles a deixar passar a bola por baixo da chuteira na reposição de bola maritimista após o 2x0, foi certamente o mais insólito.
Um espelho do que foi o Marítimo. Na defesa, os erros eram incríveis, mesmo no momento ofensivo, onde os madeirenses sentiram sempre dificuldades para sair a jogar, mesmo que do lado verde e branco a pressão não fosse tão alta como no arranque da partida. A equipa de Amorim (e Pote) estavam a guardar forças para uma segunda parte de sentido único.
Já com a manutenção assegurada, esperava-se um Marítimo a jogar sem pressão, mas também se esperava algo de positivo por parte da equipa de Júlio Velázquez e a verdade é que o treinador espanhol terá pouco a destacar no final desta partida. Se a primeira parte não tinha sido boa, mas ainda tinha tido alguns contra-ataques prometedores (e um golo anulado a Alipour por fora de jogo) a segunda parte conseguiu ser ainda pior. Só deu verde e branco e deu mesmo para Pote.
Os primeiros 15 minutos do segundo tempo serviram como uma ameaça, mas depois da hora de jogo o momento alto da festa aconteceu mesmo, depois de um momento também ele bonito, mas com outro simbolismo. João Pereira foi substituído ao minuto 59 e recebeu abraços de todos os colegas de equipa e equipa técnica, acabando por não conseguir conter a emoção, num sinal claro que irá acabar a carreira no final da temporada.
Desde o banco, o lateral de 37 anos teve oportunidade de festejar, logo a seguir, o hat-trick de Pote e a ultrapassagem a Seferovic que se foi adivinhando com o passar do tempo.
Depois disso assistiu-se a uma espécie de arrumar a casa após uma festa de arromba, uma que o Sporting não tinha há 19 anos e que terminou em grande estilo. Plata, do meio da rua, castigou mais um erro de Charles e perto do fim Beltrane justificou a viagem do Marítimo com um golo a impedir que André Paulo acabasse a estreia sem sofrer.
Goleada e fogo de artifício no final a dar mais encanto a uma época inesquecível para o Sporting, o campeão nacional.
Momentos diferentes, mas igualmente bonitos. João Pereira termina uma bela carreira com chave de ouro, com o título de campeão pelo Sporting e despede-se em campo, onde Pedro Gonçalves fez um hat-trick e ultrapassou Seferovic na lista de melhores marcadores da Liga.
Primeira parte horrível do Marítimo, que cometeu erros impensáveis para uma equipa de Primeira Liga, quase todos individuais. O autogolo de Karo foi o exemplo máximo, mas foram acontecendo outros lances semelhantes numa equipa que jogava claramente já a pensar nas férias e não nesta época.