Tem sido uma imagem pouco comum esta época, mas finalmente aconteceu: a velha senhora foi feliz. Depois de uma primeira parte onde a formação bianconeri até se colocou a jeito da mão da deusa azul, uma segunda parte como pouco se tem visto para os lados de Turim esta época fez a Juve fazer das tripas coração e arrancar a ferros uma vitória por 1x2 que, não colorindo uma época muito cinzenta, a fez ganhar tímidos contornos de títulos.
Duas épocas (muito) diferentes resumidas no mesmo objetivo: vencer a taça de Itália. Foi com este objetivo em mente que Juventus e Atalanta se apresentaram no Città del Tricolore: a vecchia signora com a intenção de dar alguma cor a uma época muito cinzenta, a dea com o intuito de selar mais uma grande época com o ouro sobre o seu azul.
À semelhança da tabela classificativa da Serie A, foi a armada de Bergamo quem entrou por cima, a comandar os ritmos de jogo. Mais perigosa, a equipa de Gian Piero Gasperini esteve sempre muito mais perto de dar dores de cabeça a Buffon do que Ronaldo e companhia a Pierluigi Gollini.
O jogo cheirava a golo e os festejos não tardaram a aparecer. Se à passagem da meia hora, e contra a corrente do jogo, Kulusevski soube como transformar um ressalto de bola de Ronaldo num verdeiro golo de bandeira, dez minutos depois foi a vez do seu compatriota Malinovskyi, à lei da bomba, restabelecer a igualdade num marcador que só pecava por não estar mais manchado de azul no final dos primeiros 45' tal foi o domínio nerazzurri.
O intervalo fez bem à vecchia signora que entrou mais dona de si e soube como colocar em sentido a deusa que na primeira parte se tinha revelado omnipresente em campo.
Aos 59' Ronaldo até assistiu de calcanhar um bem-intencionado Chiesa, mas o italiano teve tanta sede a ir ao pote que o remate embateu com estrondo na baliza azul. Ficava o aviso para aquilo que, à passagem do minuto 73, o mesmo protagonista ia fazer de forma irrepreensível num lance semelhante, mas desta vez com um final feliz para o 22 bianconeri.
O golo de Chiesa agitou o jogo, tornou-o mais imprevisível, mas sem definição no último terço, os ataques azuis mais não foram do que tiros de uma pólvora que secou da primeira para a segunda parte e que raramente incomodou o experiente Buffon que soube como segurar a magra, mas merecida, vantagem até ao derradeiro apito.
Com esta vitória a Juve soma a 14ª Taça de Itália ao seu recheado palmarés e revitaliza forças para o último encontro da Serie A, em Bolonha, que vai ditar o futuro da vecchia signora na Liga dos Campeões da próxima época. É, portanto, caso para dizer: a taça fez da época preta e branca um bocadinho menos cinzenta.
1-2 | ||
Ruslan Malinovskyi 41' | Dejan Kulusevski 31' Federico Chiesa 73' |