Impressionante. Esteve quase, mas o Sporting ainda é invencível. Ao fim de 28 jornadas, o Sporting nunca esteve tão perto de somar a primeira derrota na Liga, mas acabou por conseguir chegar ao empate no último lance da partida, impedindo que o FC Porto ficasse a três pontos em caso de triunfo na quinta-feira, frente ao Vitória SC.
Petit, que tinha dito que queria que o Belenenses SAD tirasse a «virgindade» ao líder, trouxe a lição bem estudada e esteve muito perto de o conseguir. Com solidez e organização defensiva, a equipa de Petit aproveitou-se da eficácia (marcou no primeiro remate) e dos erros leoninos - um penálti desperdiçado e um erro incrível de Adán - para ficar muito perto de ser a primeira equipa a bater o Sporting. Faltaram aqueles últimos minutos...
Em crónicas anteriores chegámos a destacar as poucas oportunidades concedidas pela equipa de Rúben Amorim aos seus adversários e destacamos a eficácia leonina que tantas vezes foi fazendo a diferença. Essa eficácia foi-se perdendo nas últimas partidas e o jogo com o Belenenses SAD foi um exemplo disso mesmo.
15 remates na 1.ª parte: maior registo do Sporting nos primeiros 45 minutos de um jogo da Liga🇵🇹 2020/21🔝
⚠Antes, o melhor registo do Sporting num 1.º tempo deste campeonato tinha sido frente ao CD Tondela, na 1.ª volta (13 remates) pic.twitter.com/tHtDR6Tyzw
— playmakerstats (@playmaker_PT) April 21, 2021
É verdade que a equipa de Rúben Amorim voltou a conceder poucas ocasiões, mas sabe-se que a formação orientada de Petit também não está habituada a um grande volume de oportunidades. Tal como o Sporting, o Belenenses SAD depende de uma eficácia que teve esta quarta-feira.
A entrada leonina mostrou um Sporting pressionante e com vontade de chegar rápido ao golo, mas uma desatenção no setor defensivo - Palhinha, Inácio e Matheus Reis foram demasiado passivos - permitiu a Cassierra fazer aquilo que Petit tanto queria. Uma oportunidade, um golo para o Belenenses SAD. Na outra área, foi um festival.
A equipa de Petit organizou-se e mostrou o quão bem sabe jogar sem bola, tapando muitos dos caminhos que o Sporting foi procurando, mas isso não impediu algumas oportunidades para a equipa de Rúben Amorim. Noutra altura do campeonato, talvez essas oportunidades tivessem sido suficientes. Tiago Tomás teve algumas, Paulinho também, mas a maior apareceu perto do intervalo, quando João Mário viu Kritciuk defender um penálti que Nuno Mendes, o melhor do Sporting durante os 90 minutos, tinha conquistado.
Ao fim de 15 remates e 45 minutos, o resultado era o que contava, embora ainda não ditasse o desfecho do jogo. O Belenenses SAD tinha a faca e o queijo na mão e Rúben Amorim procurou encontrar novas formas de desfazer a organização da equipa de Petit, contando com maior acerto dos homens da frente na hora de finalizar.
A entrada de Nuno Santos procurava dar maior verticalidade à equipa de Rúben Amorim, que tinha sido dependente de Nuno Santos para criar perigo pelos flancos (Porro está irreconhecível desde que foi chamado à seleção espanhola). Tal como tinha acontecido no início da partida, o Sporting voltou a entrar bem, mas também voltou a falhar. À frente e atrás.
A superioridade leonina nas bolas paradas foi uma constante, mas o que o Sporting ganhou em altura não ganhou em acerto. Gonçalo Inácio e Palhinha cabecearam sempre sem perigo, mas estava a ser uma primeira parte de sentido único, até que um erro deitou tudo a perder.
Uma jornada depois de ter sido essencial (e o melhor em campo) na partida com o Farense, Adán cometeu um erro pouco habitual e entregou o golo de bandeja a Cassierra, que pela primeira vez bisou em Portugal depois de o guarda-redes espanhol hesitar na hora de pontapear uma bola.
Um erro crasso que colocou uma montanha enorme pela frente dos leões. Durante tanto tempo, essa montanha pareceu impossível de escalar, mas a alma leonina (desta vez não se pode mesmo falar em estrelinha) fez toda a diferença. Coates, uma vez mais o capitão que o Sporting precisou nos momentos difíceis, deu início à revolta e permitiu à equipa de Rúben Amorim saltar para cima do Belenenses SAD.
Parecia insuficiente, parecia que desta vez o Sporting ia mesmo perder, mas no último lance salvou-se um ponto e a «virgindade». Um cruzamento de Jovane encontrou o braço de Tiago Esgaio e o próprio Jovane fez o golo do empate que no final das contas pode fazer muita diferença.
Íamos destacar a capacidade do Belenenses SAD sem bola, mas temos de ser justos e mencionar a alma da equipa do Sporting para impedir a derrota esta noite. Depois do erro de Adán, não seria fácil ir atrás do empate, mas a equipa de Rúben Amorim, depois de tanto desperdício, conseguiu encontrar forças para ir mais além. No entanto, muito mérito para o trabalho de Petit, que voltou a dificultar e muito a vida ao Sporting.
Começa a ser um problema. Uma vez mais, faltou acerto na hora de finalizar e isso acabou por prejudicar a equipa de Rúben Amorim. Ao contrário do Belenenses SAD, que se destacou pela eficácia, o mesmo não se pode dizer do Sporting, que em várias oportunidades acabou por ter dificuldades para marcar golos.