Pela primeira vez, o Manchester City de Pep Guardiola vai disputar a meia final da Liga dos Campeões. Depois de uma vitória no Etihad, os citizens voltaram a bater o Borussia Dortmund e escreveram mais um capítulo de uma caminhada notável nesta edição da maior competição de clubes europeus.
Bellingham abriu a contagem com um golaço, mas a reação inglesa foi demasiado para um Dortmund que cai de pé. Mahrez, de grande penalidade, e Foden fizeram os golos ingleses. Segue-se o Paris SG, mas o sonho de Guardiola está bem vivo.
A vantagem da primeira mão, ainda que curta, ia dar sempre outro tipo de tranquilidade à equipa de Guardiola. Mas existe uma enorme diferença entre tranquilidade e passividade. Por querer controlar demasiado o jogo com bola, sem nunca acelerar, os citizens deixavam o adversário confortável e este agradecia.
Guardiola nas meias-finais da Champions: foi eliminado nas 4 últimas vezes em que chegou a esta fase da prova:
2012 Barcelona🆚 Chelsea
2014 Bayern 🆚 Real Madrid
2015 Bayern 🆚 Barcelona
2015 Bayern 🆚 Atlético Madrid pic.twitter.com/FKf4b3yevC
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Dahoud e Emre Can tinha tempo para receber, olhar e pensar o jogo, antes da tomada de decisão. Na frente, o gigante Haaland, mais longe da baliza do que está habituado, aproveitava para receber de costas e aguentar até a chegada dos colegas. Numa das únicas vezes em que teve espaço para explorar a profundidade, o norueguês foi até à área criar o lance do primeiro golo da partida.
Jude Bellingham, o miúdo de 17 anos que tem brilhado durante esta temporada, atirou em jeito dentro da área e bateu Ederson, que ainda tocou na bola, mas não foi capaz de evitar o golaço.
O Dortmund colocava-se na frente da eliminatória e isso motivou uma reação inglesa. De Bruyne acelerou e levou a equipa com ele. O belga foi o primeiro a avisar, com um remate à barra, e depois Mahrez quis seguir o exemplo, mas ambas as oportunidades ficaram-se pelo quase. Sinal mais na reta final, ainda assim.
O 🏴Manchester City chega às meias-finais da Champions invicto
Percurso do Man. City na Champions:
➡10 jogos
➡9 vitórias
➡1 empate (0-0 frente ao FC Porto)
➡0 derrotas
➡21 golos marcados
➡3 golos sofridos pic.twitter.com/iuPFowSl1d
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Previa-se o acelerar do City e, a partir do momento em que isso aconteceu, os alemães tiveram dificuldades em acompanhar. Que o diga Emre Can...
Depois de ter estado ligado a um dos golos do City na primeira mão, o alemão voltou a cometer um erro, desta vez dentro da área, e castigou a equipa com uma grande penalidade. Mahrez foi convidado a assumir e não falhou. Empate no jogo e a vantagem voltava para o lado inglês.
O duro golpe apagou a luz dos alemães, que se mostraram ainda mais submissos e sem resposta. Sem precisar de acelerar e arriscar muito, a equipa de Guardiola continuou a dominar a posse e a trocar a bola de forma mais fluída, o que facilitou o processo. Curiosamente, foi numa bola parada que apareceu o segundo, com Foden a atirar de longe e a bater um Hitz que não deixa de ter algumas culpas no lance.
Até ao fim, o Borussia Dortmund ainda tentou, mas o desfecho estava encontrado e a baliza de Ederson fechada. O Man City tem encontro marcado com o Paris SG na meia final.
Este Manchester City tem tido razões para esquecer as últimas edições da Liga dos Campeões, mas o percurso desta temporada só permite a sonhar com o troféu. Depois de nove vitórias e um empate, a equipa de Guardiola chega à meia-final ainda invicta e com legítimas aspirações a ser feliz.
Não é novidade que, neste nível, os erros pagam-se ainda mais caro. Depois de muita culpa no primeiro golo em Inglaterra, Emre Can voltou a ser decisivo pelas piores razões, quando cabeceou a bola para o próprio braço dentro da área. Numa altura em que liderava a eliminatória, o golpe foi fatal.
Grande penalidade bem assinalada pela mão no braço de Can e decisão correta em não penalizar a queda de Bernardo Silva