Todos os anos a luta pela manutenção na Liga NOS tem jogos que são essenciais e esta partida entre o Boavista e o Farense era um deles. São estes jogos entre os adversários diretos que muitas vezes dão aquelas vantagens essenciais no fim, seja em pontos ou em confrontos diretos. Por isso, quando os algarvios ouviram o apito final e viram carimbada a vitória, ficaram com várias certezas.
A primeira dela é que, não só fugiram do último lugar, como fugiram mesmo aos três lugares vermelhos da Liga NOS. Depois também ficaram a saber que ganharam três pontos ao Boavista e ainda ficaram com vantagem no confronto direto e, por final, ficaram com uma das melhores exibições da temporada.
Já o Boavista voltou a uma posição que já ocupou durante largas jornadas e, quando pareciam que tinham dado um salto qualitativo, voltaram a ter um exibição pobre, com destaque para a primeira parte.
Nesses primeiros 15 minutos valeu ao Boavista Leo Jardim. É que, para além de uma defesa monumental no penálti, o guarda-redes do Boavista ainda teve mais duas boas defesas que seguraram o nulo naquela fase.
Curiosamente, quando o Boavista já estava a equilibrar o jogo, aos 25 minutos, surgiu o 0x1. Uma jogada que começa em Beto (estreia pelo Farense), conta com uma boa arrancada de Tomás Tavares e termina com um cruzamento de Bilel que terminou nos pés de Licá. O internacional português rematou colocado e desta vez Leo Jardim nada conseguiu fazer.
O golo trouxe justiça ao marcador, mas trouxe também uma ligeira reação do Boavista. O problema é que essa reação foi mesmo ligeira para a equipa de Jesualdo Ferreira. Muito amarrada e sem conseguir colocar em jogo Angel Gomes, os axadrezados limitaram-se a ter alguma bola e a tentar lançar Elis em bolas longas.
O bom da segunda parte em relação à primeira, que teve um claro dominador, é que o segundo tempo teve as duas equipas mais equiparadas e se o Boavista teve oportunidades para marcar, também o Farense teve. Aliás, a oportunidade da equipa de Jorge Costa foi mesmo algo incrível, com Gauld a acertar na barra e Licá no poste...
Com uma diferença de apenas um golo, os últimos minutos só podiam ser de «forcing» da equipa da casa. Jesualdo Ferreira abriu a frente de ataque com quatro jogadores e carregou num Farense que apesar de recuar as linhas, não desfez o 4x2x3x1. Apesar disso tudo, o melhor que os axadrezados conseguiram fazer foi colocar algumas bolas na área, sem criar perigo. Até acabou por ser a equipa visitante a criar os lances de perigo, com Jardim a negar o 0x2 por duas vezes.
O Farense subiu este domingo três posições na tabela e mostrou que tem argumentos mais do que válidos para ficar na primeira liga. O Boavista também os tem, mas não os mostrou.
Num jogo de pressão máxima, a entrada do Farense foi impressionante. Os primeiros 15/2 minutos foram de domínio claro e de oportunidades flagrantes.
Num jogo contra um rival direto na luta pela manutenção, o Boavista não podia entrar tão dormente, especialmente em casa. Isso «só» custou uma desvantagem de um golo ao intervalo, mas podia ter sido bem pior se não fosse Leo Jardim. Para além disso, não criar nenhuma oportunidade em casa, contra o último, não foi um bom sinal para o segundo tempo.
Começou por assinalar bem uma grande penalidade para o Farense e embalou para uma boa arbitragem.