Num daqueles jogos que valem seis pontos, entre duas equipas em posições apertadas na tabela, Famalicão e Farense não foram capazes de sair do nulo. Com uma vitória a poder valer um subida na tabela e um empurrão a um adversário direto, nenhuma das equipas abriu o marcador e até foram os algarvios a beneficiar das melhores oportunidades.
Depois de uma primeira parte pautada pelo equilíbrio, a expulsão de André Pinto abriu o jogo e obrigou a equipa da casa a arriscar mais, o que deixou mais espaço nas costas da defesa, aproveitado por Licá, que por pouco não roubou os três pontos.
À entrada para a jornada 21 Famalicão e Farense tinham várias aspetos em comum. Para além dos 18 pontos, que se traduziam no 15º e 16º posto, respetivamente, as duas equipas chegavam em fases positivas - para os algarvios era mesmo a melhor da temporada.
As características dos homens do meio campo potenciavam a solidez defensiva, que ainda tinha uma linha de três nas costas, mas quando era preciso construir a falta de ideias era bem evidente. Os famalicenses aceleravam quando esse trio conseguia recuperar em posição adiantada e procurava a velocidade de Guedes e Heriberto na frente.
Jorge Costa, já com Tomás Tavares disponível, foi obrigado a mudar depois da lesão de última hora de Madi Queta e Mansilla foi o escolhido para o lugar no onze. Numa primeira parte sem grandes oportunidades, os leões de Faro foram a equipa mais atrevida, sempre com Gauld à cabeça, mas faltavam as oportunidades de perigo.
Acabava por não ser surpreendente que os dois conjuntos estivessem mais preocupados com a sua baliza do que propriamente da do adversário. Um deslize poderia ser fatal e, num jogo com todas as condicionantes já mencionadas, o resultado pesava na cabeça das duas equipas.
Não se pode dizer que os primeiros 45 minutos tenham sido propriamente mal jogados, até porque as duas equipas tinham boas ideias e intenções de assumir a jogo, mas esse bloqueio não permitia outro tipo de discernimento. O jogo pedia uma razão para abrir e isso aconteceu à passagem do minuto 50.
A superioridade numérica não foi, no entanto, sinónimo da criação de oportunidades claras. Essas ficaram aos pés de Licá, que por duas vezes atirou perto do poste da baliza de Luiz Júnior. Os famalicenses tiveram, sim, muito mais bola, mas pouca capacidade para chegar criar lances com critério que justificassem outro resultado.
O Famalicão continua com problemas de golos, mas o Farense, depois de ter conseguido mantido a folha limpa contra o Benfica, mostrou coração até ao fim para voltar a não sofrer.
O Farense manteve a baliza a zeros pela primeira vez frente ao Benfica na última jornada. Em Famalicão, e apesar das dificuldades, a equipa de Silas voltou a não sofrer, o que por si só acaba por ser positivo.
Frente ao Rio Ave, a supeoridade numérica resultou num golo marcado e uma vitória, mas, uma semana depois, nem isso foi suficiente para o Famalicão encontrar o caminho para a baliza adversária. Valeu pela defesa, que impediu o golo adversário e garantiu um ponto.
Arbitragem tranquila de Luís Godinho, que soube controlar os momentos de jogo sem deixar que este perdesse o ritmo. Decidiu bem no segundo amarelo de André Pinto.