O futebol vive de resultados, mas os processos também têm de ser valorizados. Apesar dos resultados recentes não fazerem justiça ao rendimento da equipa, Portimonense confirmou este domingo os bons sinais das últimas jornadas a nível exibicional - desaire em Braga e empate na visita ao Paços de Ferreira - e aplicou uma goleada em grande estilo ao Gil Vicente (4x1), apagado e que parece estar numa tendência de quebra.
Dinâmica e velocidade foram as chaves para os sérios estragos que a equipa de Paulo Sérgio fez na defesa adversária, num resultado importante para dar fôlego aos algarvios. O Gil Vicente sai goleado e sem capacidade para criar perigo, com a ideia que Ricardo Soares ainda não conseguiu retirar o melhor deste conjunto.
Ricardo Soares é conhecido pela elevada rotação que promove nas suas equipas e, em Portimão, apresentou uma revolução no onze gilista, onde nem o guardião Denis escapou - Bernardeau foi titular. Em senda de crescimento exibicional, os algarvios não deram tempo de adaptação ao rival e logo no primeiro minuto fizeram sérios estragos, com Maurício a cabecear para o golo num canto, uma especialidade da equipa de Paulo Sérgio.
A capacidade reação do Gil Vicente ia ser testada, num conjunto a precisar de estabilidade. Num lance que parecia inofensivo, Maurício foi de herói a vilão e fez penálti ao tocar na bola com o braço, numa abordagem perturbada pela luz solar. Lino não desperdiçou a oportunidade e empatou o jogo, com este momento a disfarçar as dificuldades dos visitantes em criarem perigo.
O Portimonense, porém, não se deixou afetar pelo tento sofrido e continuou mais dinâmico no jogo. Salmani, pela primeira vez titular, continuou a mostrar sérios argumentos técnicos e acabou mesmo por fazer o 2x1, num repentino remate na área adversária. Mais agressividade e capacidade técnica dos algarvios, que só não fizeram o terceiro antes do intervalo devido ao poste gilista, a evitar um fantástico golo do Moufi.
Ricardo Soares tentou mudar o rumo dos acontecimentos com mexidas ao intervalo, mas a incapacidade para criar perigo continuou. Confortável no jogo, o Portimonense aproveitava para continuar a meter a defesa adversária em sentido com as suas flechas ofensivas. Num lance de grande inspiração individual, Aylton Boa Morte fez o terceiro num belo remate colocado e deitou por terra as aspirações visitantes.
Na fase do desespero, surgiram mais espaços nas costas da defesa gilista. O Portimonense, com muita fome de golo, atingiu a goleada pelo velocista Beto, que marcou após sentar um adversário. Castigo talvez demasiado duro para o Gil Vicente, mas um sério alerta para a necessidade de alguma mudança nas dinâmicas da equipa.
O Portimonense nunca abdicou de atacar e foi premiado com uma goleada. A equipa vinha a apresentar uma dinâmica positiva nos últimos encontros e, este domingo, os frutos chegaram para a equipa de Paulo Sérgio. Qualidade e velocidade de vários elementos, que criam boas dores de cabeça ao técnico.
O Gil Vicente continua a apresentar muitos problemas em criar oportunidades de perigo, apesar de ter bola no meio-campo adversário. As dificuldades neste aspeto continuam e nem com rotação nas escolha aparecem soluções. Ricardo Soares tem que melhorar de forma urgente este aspeto na equipa.
Alguns lances de complicada análise, mas, com a tranquilidade normal, Artur Soares Dias parece ter tomado as melhores decisões.