E ao 17º jogo, eis a primeira derrota do leão e logo a eliminar. O Sporting caiu da Taça de Portugal aos pés do Marítimo (2x0). Num jogo marcado pela eficácia insular, a equipa de Milton Mendes soube sofrer e atirar a contar quando mais contava.
Rodrigo Pinho, indiferente a todas as circunstâncias, fez o primeiro golo, que abriu o caminho dos «quartos». Rúben Amorim reagiu mal e Léo Andrade confirmou o resultado. O Marítimo segue em frente.
Uma equipa completa é aquela que tem a capacidade de se apresentar com a mesma atitude, independentemente das caras ou das ideias. E o Sporting conseguiu, três dias depois de uma dura batalha a algumas centenas de metros do palco desta segunda-feira, fazer isso mesmo. Não foi através da posse e do domínio, que encosta o adversário à área, mas sim com um futebol objetivo e a aproveitar o que o rival lhe deu.
A equipa madeirense, bem personalizada desde a chegada de Milton, teve um reforço em Rodrigo Pinho, que tinha falhado a última partida da equipa, mas nem foi o avançado brasileiro a estar em evidência. Rafik Guitane, a cara do crescimento exibicional da equipa, travou uma bela luta de meio-campo com Palhinha, o grande pilar do miolo leonino.
Não era expectável que a velocidade do jogo durasse toda a primeira parte, por isso, para a entrada dos últimos quinze minutos, o ritmo baixou e os madeirenses conseguiram equilibrar a força do rival. Tudo igual ao intervalo.
A abrir o segundo tempo, o leão lisboeta mudou, também em função, mais uma vez, do que o adversário lhe deu. Foi um Marítimo mais compacto e com mais atenção à sua própria baliza que regressou do balneário e o Sporting cresceu. Mas foi um crescimento pouco eficaz porque a baliza de Caio Secco nunca chegou a estar em real perigo. Dava a sensação que faltava algum poder ofensivo, que podia estar guardado no banco.
O golo caiu com estrondo para o Sporting e causou uma reação, que, de certa forma, deitou tudo a perder. Amorim fez três substituições de uma assentada e tirou Borja e Neto do jogo, deixando apenas Feddal como a torre, um perigo para as bolas paradas...
79 minutos e machadada final nas aspirações do Sporting. Pontapé de canto, claro está, e Léo Andrade fez o segundo. O banco leonino olhava incrédulo para o relvado, ao mesmo tempo que o Marítimo festejava. Coates entrou para o ataque, na tentativa de um milagre, mas o dia não era de milagres. O Marítimo fechou bem e garantiu a passagem na Taça de Portugal.
Rodrigo Pinho foi o tema central da imprensa desportiva nos últimos dias, com a sua saída para o Benfica. Ainda assim, indiferente a tudo o que se passou à sua volta, o avançado voltou a jogar, reforçou o estatuto de melhor marcador da prova e ajudou o Marítimo a seguir em frente.
Com a gestão esperada, tendo em conta todas as circunstâncias da última partida, o Sporting podia, por várias vezes, ter chegado ao golo. Com o passar do tempo, e a maior dificuldade em chegar com perigo à baliza adversária, pediu-se mudanças mais cedo.