Tarde de dérbi em Moreira de Cónegos, esta sábado, com o Vitória de Guimarães a visitar o vizinho Moreirense. No final, um empate (2x2) que saberá melhor à equipa da casa do que ao conjunto de João Henriques, que depois de conseguir virar a desvantagem permitiu a igualdade praticamente de imediato.
Foi um jogo com os condimentos desejáveis para um dérbi concelhio. Guimarães olhou com atenção redobrada para Moreira de Cónegos e o espetáculo esteve à altura, sobretudo nas vertentes mental e física. Duas equipas que foram sempre intensas na recuperação e na procura da transição; depois, sobretudo do lado vitoriano, houve muita fantasia à solta.
O primeiro sinal de perigo no Comendador Joaquim de Almeida Freitas não tardou. Aos quatro minutos, o gigante norueguês Noah Horn, titular pela primeira vez na frente de ataque do Vitória de Guimarães, encontrou o capitão André André em posição frontal, mas uma primeira hesitação permitiu que Fábio Pacheco chegasse a tempo para travar o remate do médio vitoriano.
Dentro da alta intensidade, o Moreirense tinha entrado melhor. Na estreia de Vasco Seabra, a equipa cónega correspondeu às indicações do novo líder, que pediu insistentemente pressão alta. E foi assim que aos 15 minutos surgiu o 1x0, da autoria de Felipe Pires. Bloqueio à primeira linha dos visitantes, Jorge Fernandes não conseguiu afastar a bola e Pires acabou por escapar pela meia esquerda e, com um remate em arco, bateu Varela.
O golo da equipa da casa teve o condão de «abanar» o conjunto de João Henriques, que respondeu rapidamente. Aos 20 minutos, André André teve olho e encontrou Marcus Edwards ao segundo poste; o inglês, que acabou de estender a ligação aos «Conquistadores» até 2024, fez do seu metro e setenta e dois mais do que se pedia e, de cabeça, bateu D'Alberto no ar e Pasinato na baliza.
Com o empate, o centro do jogo virou. Se o Moreirense tinha entrado melhor, o Vitória pegou na batuta a partir do golo. E foi aí que Quaresma, André André e Edwards foram ganhando protagonismo. O perigo, esse, foi escasso, é certo, mas o «trio da vida airada» de Guimarães foi um quebra-cabeças constante para o conjunto da casa, onde Fábio Pacheco ia limpando e cortando o que podia.
Dentro desta ideia, acabou por não surpreender quando aos 68 minutos o Vitória de Guimarães consumou a reviravolta. O lance nasceu da magia de Edwards, passou pelo cruzamento de Mensah e terminou com toda a classe de André André que, depois de dominar com o peito, bateu Pasinato com um remate na «virada».
Mas se 1x2 carimbava a superioridade dos vitorianos, o 2x2, apenas dois minutos depois, apanhou quase todos de surpresa. Excelente cruzamento de Yan Matheus e Alex Soares soube reagir rapidamente na pequena área para restabelecer a igualdade na vila de Moreira de Cónegos.
O empate aguentou-se a partir daí, ao contrário da... luz. O momento mais inusitado do encontro aconteceu em cima do minuto 93, a escassos segundos do apito final de Artur Soares Dias. O sistema de iluminação do estádio cónego foi abaixo e interrompeu a partida durante 17 minutos, até que as três equipas decidiram bater o último pontapé de canto com a iluminação reduzida. O 2x2, esse manteve-se.
Não foi sempre bem jogado, mas foi seguramente disputado do primeiro ao último minuto. Excelente as posturas de Moreirense e Vitória e como bónus para quem assistiu ainda houve quatro golos. Belo dérbi!
O momento mais inusitado do encontro deu-se no último lance. Quando o Moreirense se preparava para bater um canto, aos 93 minutos, a luz falhou. O jogo esteve interrompido 17 minutos e acabou à média luz.
Artur Soares Dias soube gerir um dérbi intenso mas leal sem exagerar nos cartões. Nos lances de dúvida (sobretudo dos auxiliares) nos golos acabou por ver o VAR confirmar a primeira decisão tomada em campo.