Eslováquia, rainha do cinismo, está no Euro outra vez

Com um jogo muito cauteloso, defensivo e eficaz, a Eslováquia foi a Belfast derrotar a Irlanda do Norte em prolongamento. Com Kucka em evidência e com Johnny Evans em mau plano, a partida (mal jogada) foi decidida no aproveitamento de erros.

Sem querer assumir o jogo, a equipa da Eslováquia deu a iniciativa ao adversário e explorou os erros contrários, que aconteceram. Basta ver o golo de Kucka, aos 17 minutos, num aproveitamento muito bom a uma troca de bola irlandesa que, de repente, deixou o eslovaco isolado, capaz de fazer o primeiro.

A Irlanda do Norte tentou reagir, mas com muito pouco sumo. Confortável no jogo, o conjunto eslovaco controlou o ritmo até ao intervalo e soube estancar as investidas da equipa da casa, que, diga-se, também não se importou muito com a pausa, necessária para encontrar ideias frescas que a recolocassem na luta pela ida ao Euro.

Na segunda parte, a pressão irlandesa foi subindo de tom e à Eslováquia restou agarrar-se à vantagem. Longe de se ter assistido a um massacre (nem lá perto...), mas a alma da equipa de Ian Baraclough fez com que o jogo tivesse mais intensidade e emoção - nem por isso grande qualidade futebolística.

Sempre que podia, a equipa eslovaca tentava quebrar o ritmo de jogo, o que foi dando resultado... até ao minuto 87, quando McNair arrancou muito bem pela direita e cruzou para desvio infeliz de Skriniar, para a própria baliza - enorme explosão dos poucos adeptos que puderam assistir.

Um momento que valeu mais 30 minutos fracos, penosos e com muito desgaste de parte a parte. Mas que foram de confirmação da Eslováquia, que praticamente nada fez na primeira parte (só um remate de Hamsik), mas que aproveitou uma má abordagem de Evans para, outra vez com Kucka na jogada, marcar por Michal Duris, saído do banco para levar a seua seleção à fase final. Evans ainda esteve perto de empatar, aos 120', mas cabeceou para as mãos do guarda-redes, num dos lances do chuveirinho final.

Depois de ter estado num Europeu pela primeira vez em 2016, a Eslováquia repete a proeza e vai estar inserida no grupo E. Começa com a Polónia e defronta também a Espanha e a Suécia.