Famalicão e o Rio Ave empataram (1x1), este domingo, numa bela partida de futebol, que ficou marcada por uma grande reação dos vilacondenses na segunda parte, que permitiu conquistar um ponto e ficar perto de roubar até os três.
Um Rio Ave com o orgulho ferido chegou ao Estádio Municipal de Famalicão muito diferente desde a última quinta-feira, onde caiu (em pé) da Liga Europa. Mário Silva fez entrar Francisco Geraldes, Jambor, André Pereira, Dala e Gabrielzinho, apresentando-se num esquema muito dinâmico e móvel. André Pereira era o avançado mais móvel, apoiado por um Dala muito solto no ataque. Geraldes, que arrancava da direita, ocupava muito os espaços interiores e libertava Ivo Pinto na linha.
João Pedro Sousa, fiel aos seus princípios, mudou apenas três peças posicionais, mantendo o esquema em 4x3x3. Ainda à procura das rotinas da temporada passada, motivadas pelas muitas saídas, o técnico lançou Joaquín Pereyra, uma estreia a titular, ele que somava apenas 18 minutos, e as indicações foram boas.
Beneficiando do fator surpresa, os vilacondenses entraram por cima, aproveitando a mobilidade dos homens da frente. A velocidade de Gabrielzinho era muitas vezes requisitada e foi dessa forma que se viu movimento nas áreas. Depois de uma perda de bola de Gustavo Assunção, numa infantilidade poucas vezes vista no jovem médio, o veloz extremo do Rio Ave deu em Dala, mas o cruzamento do angolano ficou a centímetros de encontrar resposta.
O tempo decorrido foi dando outro critério aos famalicenseses e os craques aproveitaram para brilhar. Pereyra encontrou Lameiras com um bom passe e o camisola 10, depois de tirar o adversário do caminho, disparou uma bomba para o fundo das redes.
Em vantagem, o Famalicão assumiu o controlo de jogo e, com Bruno Jordão em bom plano no meio campo, voltou a relembrar os adeptos do bom futebol praticado na temporada passada. Sem grandes argumentos, a equipa vilacondense ia evitando o perigo, mas sempre longe da área. Mário Silva não estava feliz e uma mudança era inevitável...
A solução foi uma tripla substituição ao intervalo. Dala passou a ser a referência, Mané entrou para dar velocidade e Pelé, de regresso à equipa depois de duas temporadas, deu outra segurança ao meio campo.
Mais do que um baixar de rendimento do Famalicão, o Rio Ave começou a igualar a intensidade e a velocidade de processos do adversário e o jogo ganhou outro ritmo. Digno de um embate entre duas equipas que terminaram nos seis primeiros lugares da temporada passada, viu-se um jogo bem disputado e com domínio repartido.
As oportunidades começaram a surgir de parte a parte. Kieszek evitou o segundo do Rio Ave, com uma defesa a dois tempos, e aumentou a moral. Depois de várias tentativas, o golo chegou de bola parada, com Aderllan a aproveitar uma saída em falso de Zlobin para fazer o golo do empate.
Depois dos 120 minutos de esforço na quinta-feira, os vilacondenses arranjaram força para continuar à procura do golo da vitória, habilitando-se, claro está, a consentir um golo em contra-golpe.
João Pedro Sousa ainda foi a tempo de promover a estreia a Gil Dias, reforço emprestado pelo Monaco, mas as tentativas famalicenses embateram sempre no muro Aderllan, que afastou, por várias vezes, o perigo. Ainda assim, a equipa de Mário Silva terminou por cima e podia ter acabado por roubar os três pontos já em cima do apito final. O empate acabou por se justificar, com destaque para a reação vilacondense na segunda parte.
Numa altura em que se fala muito sobre a qualidade do futebol português, Famalicão e Rio Ave, duas equipas que terminaram no top-6 da Liga na temporada passada, deram uma excelente mostra do bom espetáculo que se pode praticar no nosso campeonato. Os intervenientes também podem ajudar (e muito).
Sem querer tirar o mérito, nem ao Rio Ave, que teve várias oportunidades para marcar, nem a Zlobin, que foi o responsável por evitar várias dessas tentativas, a imagem que fica é aquela saída ao canto que deu origem ao golo de Aderllan.
Artur Soares Dias teve um jogo tranquilo em Famalicão. Sem grandes lances de possível discussão, foi bem auxiliado no fora de jogo a Campana, que, segundo as linhas da emissora televisiva, justificaram a marcação de posição irregular.