O Rio Ave está de regresso aos triunfos e de volta à luta europeia depois de vencer o Moreirense pela margem mínima, quebrando a série impressionante dos cónegos de sete jogos sem perder. Os vilancondenses foram muito superiores na primeira metade, mas a resposta dos homens da casa também se fez sentir na segunda parte. No final das contas, acabou por ser a linha de onze metros a separar as duas equipas, com a grande penalidade de Taremi a revelar-se decisiva.
Ricardo Soares, satisfeito com a série de sete jogos sem perder e com o triunfo na visita ao Boavista, trocou apenas uma peça e porque teve mesmo de ser - Luther rendeu Gabrielzinho, que está emprestado pelo Rio Ave. Já Carvalhal, trocou cinco peças e passou a jogar com dois avançados declarados, talvez em busca da eficácia que pediu na conferência de antevisão.
Depois do desaire inesperado na receção ao Paços de Ferreira, o Rio Ave entrou forte e dominador em Moreira de Cónegos desde o primeiro minuto, assumindo a posse e a iniciativa de jogo. Sem bola, pressionavam alto, perturbando a saída do Moreirense e quando a tinham, mas a perdiam, a reação era imediata. Foi precisamente dessa forte reação à perda que surgiu o primeiro lance de perigo do jogo, com Gélson Dala a atirar forte para defesa apertada de Pasinato a um remate que ainda sofreu um desvio.
O domínio dos homens de Carvalhal era claro, faltavam apenas as oportunidades de golo, perante um Moreirense confortável em organização defensiva. A oportunidade chegou graças à pressão alta, que permitiu recuperar em zona proibida. A bola sobrou depois para Mané, que picou com classe para Taremi, que foi derrubado em falta, no interior da grande área, por João Aurélio. Chamado a converter, o avançado iraniano não desperdiçou e inaugurou o marcador.
Faltavam dez minutos para o recolher obrigatório, mas o marcador não sofreria alterações, ainda que o Rio Ave tenha voltado a dispor de uma boa hipótese, mas a barreira defensiva da casa travou o remate de Dala.
Ricardo Soares não estava satisfeito, começou por lançar Abdu Conté para o lugar de D’Alberto e a segunda parte começou diferente da primeira. O Moreirense subiu o bloco e procurava responder à desigualdade com outra presença no meio-campo ofensivo. Ainda assim, faltavam as oportunidades e o técnico deu novo sinal à equipa com a entrada de Nuno Santos para o lugar do médio defensivo Fábio Pacheco.
As mudanças de Carvalhal não surtiam efeito - técnico ainda lançou Tarantini para tentar recuperar o controlo -, ao contrário das trocas de Ricardo Soares, que via o Moreirense crescer cada vez mais nada partida. Cresciam os cónegos, mas eram os vilancondenses a aproveitar no contra-ataque, com Piazón (em duas ocasiões) e Nuno Santos a ficarem perto do segundo.
O ritmo estava altíssimo, com as duas equipas em constantes aproximações às grande áreas adversárias, mas o resultado não se viria a alterar, nem mesmo com a subida de Pasinato junto da baliza contrária em cima do apito final.
Talvez não seja exatamente igual - não é certamente - e talvez até já se tenha sentido a diferença de ritmo em relação ao que acontecia no passado em várias partidas, mas não foi o caso em Moreira de Cónegos. Moreirense e Rio Ave apresentaram-se a todo o gás e protagonizaram um duelo disputado a bom ritmo até ao último minuto.
O pior da partida foi mesmo a incapacidade ofensiva demonstrada pelo Moreirense na primeira metade. A equipa corrigiu ao intervalo e apresentou-se completamente diferente, mas nos primeiros 45’, o recuo a juntar à falta de capacidade para contornar a teia vilacondense tornou a equipa presa fácil.
Arbitragem segura de Jorge Sousa, que manteve o critério e decidiu bem na grande penalidade, o lance capital da partida.