No primeiro jogo de regresso ao seu estádio, o Tondela bateu o Aves (2x0) e voltou às vitórias caseiras, algo que só tinha acontecido uma vez durante a temporada, no longíquo mês de novembro. Do outro lado, esteve uma equipa avense que, apesar da boa mostra na primeira parte, está cada vez mais condenada.
Com a vontade acrescida de lutar por um resultado positivo que voltasse a reviver o sonho da manutenção, os homens de Nuno Manta dificilmente podiam pedir uma deslocação melhor. Numa perspetiva de números, e para os mais interessados em estatística, o Estádio João Cardoso era, à partida para esta jornada, o que menos pontos dava à equipa da casa.
A obra de arte de Ronan, avançado emprestado pelo Rio Ave no mercado de inverno, logo aos 11 minutos, chegou como um balde de água fria para o Aves. O avançado, servido por Ricardo Valente, sentou três adversários, incluindo o guarda-redes, e atirou o primeiro da partida.
Ainda assim, viu-se uma reação da equipa avense. Pelos pés de Rúben Macedo e Varela, os mais atrevidos, surgiram várias investidas perigosas, que só não tiveram sucesso devido a alguma falta de acerto no último passe.
Natxo viu a sua equipa baixar as linhas, o que motivou algum desagrado, e o Aves foi crescendo no jogo. Mais bola, mais remates, mas muito menos eficácia. A fechar os primeiros 45 minutos, o Tondela quase aumentava a vantagem na segunda vez que rematou à baliza, um reflexo do que foi a primeira parte.
Apesar do resultado, Nuno Manta tinha de estar feliz com a atitude da equipa e até podia ter pedido mais do que aquilo que tinha sido feito, não fosse a expulsão de Ricardo Mangas, que acabou por ser um duro golpe nas aspirações do Aves.
Ronan voltou a estar em destaque quando saltou mais alto que os centrais adversários e cabeceou para o segundo. Depois disso, pouco ou nada havia a fazer para o lanterna vermelha. Em vantagem numérica e no marcador, os beirões foram gerindo ao seu ritmo.
Ambos os treinadores fizeram as cinco substituições a que tinham direito, mas nada alterou a tendência do jogo que, calmamente, foi caminhando para o fim. Entretanto, ainda houve oportunidade para Rúben Fonseca rematar ao poste e desperdiçar um contra-ataque perigoso.
O apito final trouxe alívio para os homens da casa, um sentimento há muito desejado aqui em Tondela. A vitória dá uma margem mais confortável sobre o fundo da tabela. Já o Aves começa a ver cada vez mais complicada a sua vida na Liga NOS.
Exibição completa do avançado do Tondela, que lhe valeu o prémio de melhor em campo. Sem errar, soube segurar a bola, quando teve de o fazer, e deu a jogar quando esteve acompanhado. O primeiro golo é uma verdadeira obra de arte e o segundo é o aproveitar de uma das suas melhores qualidades.
Com um Aves por cima do jogo e com intenção de virar o jogo, Mangas acaba por ser expulso logo a abrir a segunda parte. Um golpe que a equipa já não conseguiu superar e que acabou por matar as aspirações.
Num jogo aparentemente tranquilo, Rui Oliveira acaba com um lance que pode ter determinado o desfecho do encontro. O segundo amarelo mostrado a Ricardo Mangas é muito discutível, com o defesa a tocar de forma leve e sem intenção no adversário. Critério demasiado curto e que acabou por condicionar.