E três anos depois, o Benfica está de volta ao Jamor. Os encarnados garantiram o primeiro passaporte rumo à final da Taça de Portugal batendo o Famalicão na segunda-mão das meias-finais. Depois do 3x2 na Luz, os encarnados empataram no Minho em mais um jogo em que os famalicenses ficaram certamente com um amargo de boca.
Um erro, um aproveitamento exemplar e uma grande exibição de Odysseas Vlachodimos explicam muito do que foram os 90 minutos que garantiram ao Benfica a presença no Jamor em maio. O Famalicão ainda sonhou e, na realidade, ficou a um golo de acrescentar mais uma página de ouro na história desta temporada.
Olhando para as equipas escolhidas pelos dois treinadores, podemos dizer que apenas a entrada de Florentino surpreendeu do lado encarnados, com Cervi a regressar naturalmente ao 11 de Bruno Lage, depois de se ter sentido a falta do argentino no clássico do Dragão.
Só que a equipa de Bruno Lage demorou 10/15 a perceber que não podia continuar a sofrer daquela forma e, com Pizzi a fletir muito ao meio para ser segunda linha de construção, passou a mandar no jogo, fazendo-o até marcar. Antes do golo, já Rúben Dias teve um daqueles cortes que valem vitórias, negando o golo a Toni Martínez. O golo, esse, estava destinado ser na outra baliza. Um erro de Riccieli, um toque brilhante de Cervi e Pizzi a dar uma vantagem de dois golos à equipa da Luz.
Foi depois a altura de entrar em cena o homem do jogo, de seu nome Vlachodimos. Foram quatro ou cinco defesas notáveis do internacional grego, negando o golo a Diogo Gonçalves por mais que uma vez e ainda a Toni Martínez.
Por isso, foi com total justiça que o Famalicão chegou ao empate aos 78 minutos, lançando o jogo para um final de grande tensão. Toni Martínez foi o finalizar de uma bela jogada, abrindo uma total dúvida sobre quem ia estar presente na final do Jamor.
Só que, quando se podia imaginar que o Famalicão ia «esmagar» e que o Benfica ia tremer, entrou em ação a experiência encarnada. Uma gestão quase total do tempo de jogo e dos locais onde a bola estava. Apenas num remate de longe de Nico Schiappacasse se viu os famalicenses a ameaçar a baliza das águias.
Lutou-se até ao fim, mas acabou por valer a experiência de uma equipa que não brilhou, mas soube chegar ao Jamor aproveitando os erros do adversário. Com quatro remates (contra 16), a equipa de Lage cumpriu um objetivo. Uma vaga está ocupada, agora é a vez de FC Porto e Académico de Viseu dizerem de sua justiça.
Já não é novidade para ninguém, mas este Famalicão é mesmo um caso sério. Exibição de total personalidade da equipa minhota e ficou a um golo de chegar à final da Taça de Portugal. Foram 16 remates, foram várias oportunidades e, olhando para as duas mãos, pode-se dizer que se o Famalicão estivesse agora na final da Taça de Portugal não era chocante.
É certo que houve um clássico há poucos dias e é também certo que a vantagem era confortável, mas a segunda parte dos encarnados foi demasiado pouco e colocou em risco a presença no Jamor. Só depois de sofrer o golo do empate é que se viu uma equipa encarnada capaz de ter bola.