No futebol costuma-se dizer que é mais fácil jogar em casa, com o apoio dos nossos adeptos e em terrenos conhecidos. O Tondela é a exceção à regra. Na tarde deste domingo, os beirões não foram além de um nulo frente ao Marítimo e reforçaram o estatuto de pior registo caseiro do campeonato, aumentando para cinco jogos sem conhecer o sabor da vitória na condição de visitado.
Com a nuvem que paira no Estádio João Cardoso, os beirões queriam inverter a tendência dos resultados em casa. A equipa tem uma clara dificuldade em jogar perante os seus adeptos e ninguém consegue explicar bem porquê.
Do lado dos insulares, José Gomes quis mexer no estado de espírito da equipa, numa altura em que os resultados vão demorando a aparecer e começa a notar-se alguma intranquilidade. O maior exemplo disso foi o último resultado, onde permitiram a primeira vitória fora de um adversário que, até então, contava apenas com derrotas como visitante.
Por essa razão, apostou na estreia de Xadas, e logo a titular. E foi dos pés do reforço de inverno que nasceu a primeira, e única, grande oportunidade da primeira parte para o Marítimo. A equipa madeirense começou melhor, beneficiando de uma estratégia que parece ter apanhado os auriverdes de surpresa.
A liberdade no ataque ia trocando as voltas aos defesas do Tondela. Correa, Nanu e Xadas jogavam no apoio a Rodrigo Pinho e apareciam ora de um lado, ora de outro, dificultando as marcações. Foi assim que o domínio foi durando até o Tondela começar a assumir as rédeas do jogo.
Os homens da casa encostaram o adversário à sua baliza, mas sempre sem grande critério. O melhor que fizeram foi uma ameaça de Richard Rodrigues que Amir- manteve a confiança de José Gomes depois do erro- defendeu para fora.
Pobre. É a palavra indicada para descrever a primeira parte. As equipas saíram para o intervalo com o sentimento que podiam ter feito mais.
Os intervenientes voltaram sem alterações nos onzes, apenas na atitude. O Tondela ameaçou, Ricardo Alves cabeceou com perigo, o Marítimo respondeu com Diego Moreno. Registou-se uma ligeira melhoria na qualidade de jogo, mas não o suficiente para encher as medidas.
Os treinadores refrescaram o ataque, mas faltava critério dos dois lados. Xadas e Correa perderam destaque no segundo tempo e foram substituídos por Maeda e Joel Tagueu. Natxo lançou Ricardo Valente, em estreia frente à sua antiga equipa, mas também não foi o reforço tondelense que fez a diferença.
Aparentemente satisfeito com o resultado, José Gomes retirou Rodrigo Pinho e reforçou o meio-campo com Bambock. As tarefas ofensivas ficaram a cargo de Nanu, em contra golpes rápidos facilmente controlados pela defesa dos beirões.
Até ao fim, o Tondela ainda tentou, mas faltou muito. O Estádio João Cardoso continua a ser um palco pouco feliz para os homens de Natxo González, já que continuam a ser a pior equipa a atuar em casa.
Quando as equipas deram o pontapé de saída na segunda parte, foi notória a mudança de mentalidade. A preocupação era outra e esperava-se que alguma equipa acabasse por chegar ao golo. Não aconteceu graças à falta de definição no último terço, mas fica a intenção.
Começa a ser preocupante a incapacidade do Tondela em conseguir bons resultados caseiros. A equipa tem apenas uma vitória, e logo frente ao Sporting, mas, fora essa, tem sido um percurso complicado no Estádio João Cardoso.
André Narciso esteve seguro durante toda a partida, beneficiando de um encontro sem grandes casos.