Num jogo de máxima importância para Belenenses SAD e Portimonense, duas equipas em posição delicada na tabela classificativa da Liga portuguesa, venceu aquela que menos erros cometeu e que mais oportunidades criou junto à área contrária.
Um triunfo em tons de azul (2x1) com assinatura de Varela. Silvestre (tio) e Nilton (sobrinho) deram um autêntico pontapé na crise, deixando para trás um registo de 4 derrotas consecutivas. É um autêntico balão de oxigénio para a turma de Petit!
Jogo entre duas equipas que chegavam a esta partida animicamente em baixo, em virtude de uma primeira volta longe do certamente imaginado pelas respetivas estruturas diretivas, e isso refletiu-se em campo. Poucas oportunidades, alguns erros e falhas na finalização.
Houve mudança de sistema - o 5x3x2 deu lugar ao 4x3x3 - e duas alterações no onze, com destaque para o regresso (penoso) de Jackson Martínez à titularidade, mas o essencial não sofreu alterações. Os algarvios soltaram-se tarde das amarras da depressão e faltou mais atitude na procura de um resultado positivo.
De regresso a Jackson, avançado colombiano de créditos firmados no futebol português e de inegável qualidade, o camisola 9 sofreu uma entrada um pouco mais dura no começo da partida que complicou ainda mais a sua condição física. Chegou mesmo a ser confrangedor ver a sua presença em campo, sobretudo já numa altura em que a equipa precisava de alguém como ele a 80%, pelo menos. E com a sua saída, de facto, a equipa melhorou.
'Quem não marca, sofre'. É uma expressão muito utilizada no meio futebolístico e acaba por merecer honras de destaque nesta crónica. Numa das melhores oportunidades que teve em todo o jogo, Bruno Costa, e depois Jackson, não conseguiu bater André Moreira, aos 40 minutos, e o Portimonense acabou por sofrer no minuto seguinte.
Um passe teleguiado de André Santos acabou nos pés de Silvestre Varela e o mais velho dos Varelas em campo fez aquilo que os algarvios não conseguiram antes e aquilo que o próprio não conseguiu também em duas oportunidades que teve na primeira meia hora de jogo.
Jogada pelo corredor direito do tio Silvestre Varela para a boa finalização do sobrinho Nilton Varela. Em família. A resposta do Portimonense chegou por intermédio de Dener, aos 83 minutos, numa altura complicada para mudar o desfecho do jogo. Até porque se, com poucas ideias, é difícil marcar um golo, imagine dois... E, mesmo assim, Jadson teve tudo para fazer o 2x2 em cima do apito final.
Com este resultado, o Belenenses SAD chega aos 18 pontos, passando a somar mais quatro do que o Portimonense, primeira equipa abaixo da linha de água.
A exibição do Belenenses SAD não foi deslumbrante, longe disso, mas foi suficiente para que os azuis colocassem um ponto final numa série de quatro derrotas. Um triunfo moralizador e que se resume num apelido: Varela. O experiente Silvestre marcou e deu a marcar, curiosamente ao seu sobrinho Nilton.
Não é novidade para ninguém as limitações físicas de Jackson Martínez, evidentes nas dificuldades para correr de forma normal, entenda-se sem coxear, mas esta tarde essa condição agravou-se por culpa de uma entrada mais dura logo aos cinco minutos. Resistiu, mesmo quando não dava, por teimosia, e arrastou-se em campo durante 55 minutos.
Arbitragem assertiva de Carlos Xistra, sem erros que condicionassem o destino do jogo.