A prova de que a motivação faz toda a diferença

A primeira volta termina com o Casa Pia em situação muito complicada, mas com mais um ponto do que na jornada anterior. A formação de Pina Manique foi duas vezes atrás do prejuízo e acabou por conseguir resgatar um ponto, depois de um empate com o Varzim, a duas bolas, que impede a formação poveira de se aproximar do Farense, que também empatou este domingo. 

Ruiz bastou para agitar a maré

O que escrevemos acima ajuda a explicar muito daquilo que foi o jogo, pelo menos os primeiros 45 minutos. A primeira parte da partida em Pina Manique mostrou aquilo que são, neste momento, as equipas de Casa Pia e Varzim. Foram 45 minutos sem grande qualidade, é certo, mas a diferença entre as duas equipas foi notória. Não foi uma questão de melhores ou piores jogadores, mas sim uma questão motivacional.

Leonardo Ruiz voltou a faturar ©Catarina Morais / Kapta +

Apesar dos recentes resultados, a época do Varzim está a correr melhor do que se esperava no início da época - Paulo Alves chegou a alertar para um cenário de luta pela permanência - e por isso a motivação está em alta, ao contrário da do Casa Pia. Com jogadores cabisbaixos, a equipa de Ricardo Peres deu ideias de estar entregue à partida desde o apito inicial e mesmo sem forçar o Varzim acabou por conseguir chegar ao golo num bola parada finalizado pelo inevitável Leonardo Ruiz.

Sem grande volume atacante, era uma vantagem tranquila para a equipa poveira, que foi para o balneário com mais um golo e com o controlo total da partida, sem qualquer contestação por parte da equipa da casa, que tinha em Kenidy o único a tentar remar contra a uma maré poveira que nem estava particularmente agitada.

Uma questão de motivação

A segunda parte foi bem diferente. No balneário, os jogadores do Casa Pia tomaram um shot motivacional e chegaram para a segunda parte com outra atitude. Não foi preciso esperar muito para perceber que isso faz toda a diferença. De um lançamento, Tharcysio acabou por fazer o golo do empate, também na primeira oportunidade de golo do Casa Pia. O lance (e o golo) galvanizou jogadores e adeptos. A equipa parecia outra, mesmo sem alterações táticas ou substituições.

Ricardo Peres deu crença à equipa do Casa Pia ©Rogério Ferreira / Kapta+

Com o jogo empatado e sem que nenhuma das equipas ficasse satisfeita com um ponto (o Casa Pia precisa de somar vitórias com urgência), chegou a hora dos treinadores. Paulo Alves foi o primeiro a reagir e o regresso à vantagem nem demorou assim tanto. Não que as alterações tenham trazido melhorias, mas sim porque a bola parada voltou a fazer a diferença. Desta vez foi Henrique, solto de marcação, a dar uma vantagem pouco duradoura à equipa do Varzim.

O golo foi de difícil digestão para o Casa Pia, que estava a tentar crescer na partida, mas na baliza da formação da casa apareceu van der Laan, com três defesas espetaculares que deixaram tudo em aberto. Ricardo Peres aproveitou o bom momento do seu guarda-redes e arriscou mais. Jeka foi a jogo e resgatou um ponto com um remate indefensável para Serginho. No fim, viu-se coração e vontade de levar algo mais, não só por parte da equipa da casa mas também por parte do Varzim. Faltou foi discernimento para criar algo que permitisse chegar mais longe. O Varzim acabou penalizado pelo excesso de confiança que ganhou depois de uma primeirta parte que não foi brilhante, mas que foi de superioridade total, o Casa Pia acabou beneficiado pelo acreditar que trouxe para a segunda parte. Venha daí essa segunda volta.