... nos remates, nos cantos... enfim! O duelo entre Santa Clara e Vitória de Setúbal podia ter caído para qualquer lado e qualquer equipa pode fazer a sua reclamação de injustiça, porque houve, e factos, lances suficientes para um resultado mais agradável. Ganhou o futebol, num jogo que, mesmo não sendo de elevado grau de qualidade, foi de muita vontade de vencer de parte a parte, o que se traduziu em ataques constantes de parte a parte. Os sadinos foram ligeiramente melhores na primeira parte, os açorianos conseguiram-no na segunda, ainda houve uma bola no ferro de cada equipa e a certeza que valeu o preço do bilhete para quem assistiu.
Para quem analisava as estatísticas e via que este era o jogo entre os dois piores ataques do campeonato (o Santa Clara com quatro golos, o Vitória FC com um), o arranque foi uma agradável surpresa. De bola parada, Rashid adiantou a equipa da casa, num excelente livre direto. De bola parada, Pirri empatou o jogo, ao corresponder a um pontapé de canto. Em 12 minutos, dois golos.
Contudo, o Santa Clara não estava melhor. Defensivamente, foi uma equipa macia na transição defensiva. Ofensivamente, só a espaços conseguiu incomodar Makaridze, quase sempre por jogo exterior.
Ao intervalo, altura em que se cantaram os parabéns a João Henriques, a igualdade era justa e o apetite existia para ver o jogo e encontrar quem mais sorriria.
No arranque do segundo tempo, houve maior contenção dos sadinos, até porque o Santa Clara voltou decidido a pegar no jogo mais à frente no terreno. Durante 15 minutos, o jogo teve pouco que contar e pensou-se que o risco passaria a ser menor. Mas não.
O Vitória conseguia menos transições e o Santa Clara crescia no jogo para o ataque final, que se fez já contra 10, depois de José Semedo ser expulso por acumulação, mas em nada deu. Ficou o ponto para cada equipa.
Não era, para o adepto comum, o jogo mais atrativo da noite. Assumimos: era o menos atrativo. Mas o bom espetáculo protagonizado pelas duas equipas, com estratégias e formas de estar diferentes, foi um belo condimento para um serão bem passado, com lances de perigo constantes nas duas balizas e duas equipas a quererem ganhar. Assim vale a pena!
Legítimo, claro, pois quem o faz terá as suas razões, mas fica difícil perceber a razão para o descontentamento dos açorianos. É verdade que a equipa não está a deslumbrar, mas vai fazendo o seu trabalho com nota positiva e teve vários bons momentos. Não foram muitos, mas viram-se alguns lenços brancos na parte final e não se percebeu bem porquê.
Arbitragem bem conseguida de Iancu Vasilica, também bem auxiliado pelos seus assistentes. Compreende-se a expulsão de José Semedo pelo ímpeto do médio, apesar de este apenas querer jogar a bola, pois foi um lance perigoso.