Nem na pré-época, nem a contar. O Sporting continua sem vencer e arrancou o campeonato da segunda pior maneira possível, isto é, com um empate (1x1) na Madeira, num jogo pobre da equipa de Marcel Keizer, que podia mesmo ter regressado a Lisboa sem qualquer ponto. Bruno Fernandes voltou a ser o destaque dos leões, mas o Marítimo, quando assumiu vontade de vencer o jogo, dificultou e muito a vida da equipa verde e branca, que queria levantar a cabeça, mas que ainda não o pode fazer. Frederico Varandas disse, na final da Supertaça, que os adeptos do Sporting não têm motivos para preocupações, mas este sábado voltaram a ser dados sinais em sentido contrário.
Levantar a cabeça. Uma expressão muito utilizada pelos jogadores. «Foi um mau resultado, mas está na hora de levantar a cabeça». Uma expressão bastante futebolística, certamente concorda. Pois bem, do futebol fazem parte os golos e para os fazer é preciso rematar. O Sporting deu um sinal inicial de que queria levantar a cabeça, mas Luiz Phellype, lançado para o onze depois de Bas Dost ter passado o jogo da Supertaça com a cabeça em baixo, falhou o desvio. É assim que se levanta a cabeça? Getterson mostra como se faz.
Na Madeira procura-se nova vida. Uma com pensamento europeu. Depois de lutar para não descer, os insulares procuravam... levantar a cabeça. A primeira jogada de perigo foi isso mesmo. John Cley, o homem com nome de ator, foi mais inteligente do que Thierry e aproveitou a inexperiência do lateral para oferecer o golo a Getterson.
É assim que se levanta a cabeça. Com vontade, com inteligência e a jogar na antecipação. O golo deixou os leões mais nervosos do que estariam antes do iniciar da partida. Com a Supertaça fresca na memória, os leões andaram de cabeça baixa até ao minuto 28, altura em que a equipa de Marcel Keizer fez o primeiro (!) remate à baliza. Charles opôs-se bem, mas falhou pouco depois. Bruno Fernandes criou o lance e colocou a bola na cabeça de Coates, que igualou a partida.
O empate fez erguer algumas cabeças. Wendel começou a aparecer mais, Bruno Fernandes também e Luiz Phellype voltou a falhar o desvio por pouco. Por outro lado, a equipa de Nuno Manta ia vendo jogar. O golo sofrido voltou a afetar quem o sofreu, mas o intervalo chegaria a tempo para os dois treinadores explicarem o que estava a ser feito de errado. Nenhuma estava a fazer um jogo péssimo, mas o brilhantismo também foi coisa que não se viu nos primeiros 45 minutos.
Nem nos primeiros, nem nos segundos. O Sporting, que tinha acabado a primeira parte por cima, voltou a entrar no espírito dos primeiros 28 minutos. Sem remates perigosos, sem pingo de brilhantismo e com uma defesa a meter água por todo o lado. Era impossível levantar a cabeça desta forma.
Se o Sporting já estava mal, pior ficou quando Nuno Manta olhou para o banco e chamou Maeda. O japonês entrou com tudo e sozinho foi destruíndo uma defesa de quatro, que viu o avançado atirar uma bola ao poste da baliza de Renan.
No contra-ataque, Raphinha ainda perdeu duas boas oportunidades, mas o triunfo seria inglório para uns leões sem garra e sem pingo de arte. Até Bruno Fernandes desapareceu, tal foi a péssima exibição leonina. Depois da goleada na Supertaça, os sinais são negativos. A equipa leonina parece perdida, sem ideias... nem Marcel Keizer pode levantar a cabeça.