Uma metade de jogo de domínio vitoriano, embora com apenas um golo, uma metade com uma claque a demonstrar a falta que fez na primeira e com a reação do Nacional a valer um ponto arrancado a ferros. O Vitória continua a dar passos muito curtos no objetivo europeu, o Nacional ainda acredita no milagre da permanência.
Entrada avassaladora dos vitorianos, perante um estádio bem mais silencioso do que o habitual. A razão? O protesto planeado pelos White Angels, sempre os principais contribuintes para os cânticos no recinto e que não marcaram presença na primeira metade do jogo, como forma de contestarem as arbitragens recentes. A tarja deixada no local que lhes é destinado - "Onde anda a verdade desportiva?" - era bem clara, o silêncio naquela zona era desconfortável, como queriam que fosse.
Não viram, por isso, o Vitória a dominar as incidências desde cedo e, depois dos primeiros avisos de Dodô e Rochinha, Tozé a converter uma grande penalidade que deixava a equipa da casa em vantagem. 11 minutos apenas, os vimaranenses confortáveis, o Nacional quase tão ausente como a claque vitoriana.
Os madeirenses precisavam de fazer muito mais para mostrarem que pertencem a esta Liga e o revés que o Vitória teve ainda antes da meia hora de jogo podia bem ter dado o alento desejado. Wakaso a travar Kalindi em falta, a sair lesionado... e a ver o segundo amarelo enquanto era transportado em maca.
Uma expulsão caricata, um Vitória desfalcado e um Nacional a não encontrar a melhor forma de aproveitar a situação. Mesmo com dez, o Vitória ameaçava e só não marcava mais porque Guedes não dava a sequência desejada na frente.
Lá entrou a claque para a segunda metade, que além de mais repartida teve os momentos mais altos do jogo. O Nacional tentava mostrar mais jogo contra dez, até o conseguia, mas não conseguia descobrir o caminho para a baliza de Miguel Silva. O Vitória, a jogar na expectativa, continuava ameaçador mesmo quando limitado a contra-ataques.
Davidson ameaçou muito cedo, o Nacional via o hipotético empate pairar com um lance em que Osorio quase colocou na própria baliza e com uma suposta falta de Pedro Henrique em que o árbitro nada viu e os pontos altos do encontro viriam depois.
Tudo pareceu ficar resolvido quando Florent, já ao minuto 78', brilhou com um remate de longe que Daniel Guimarães não conseguiu travar, mas Diogo Coelho fez o mesmo na baliza oposta, relançou a partida... e bem perto do fim apareceu a cabeça de Alhassan a recompensar a insistência do Nacional e a arrancar o empate de forma emocionante.
Sim, o Vitória mantém-se em lugar que vale acesso à Europa - face à não inscrição do Moreirense -, mas continua a não conseguir resultados de candidato.