Olhem para eles como um caso sério

Oito anos depois, o Tottenham volta a ser uma das oito melhores equipas do futebol europeu. Ao 3x0 da primeira mão, os spurs responderam com mais um triunfo, desta vez por 0x1, na sempre impactante casa do Borussia Dortmund. 

Os alemães forçaram a nota durante os primeiros 45 minutos, mas Lloris comportou-se como uma autêntica parede...azul e branca. E depois apareceu o herói do costume, para ensinar aos mais inexperientes como abordar a baliza adversária nos grandes momentos. 

Hugo, o salvador

À procura de anular a desvantagem de três golos trazida da primeira mão, o Dortmund fez tudo para, pelo menos, marcar um golo antes do intervalo e pressionar o Tottenham. Desde muito cedo na primeira parte, a equipa de Favre forçou, atacou, correu riscos e obrigou o Tottenham, geralmente habituado a ser uma equipa ofensiva, a jogar nos últimos trinta metros. 

Até ao minuto 35, foram vários os lances perigosos junto à baliza de Lloris, que respondeu sempre à altura dos acontecimentos. Quando o francês falhava e não podia fazer muito mais, aparecia um corte milagroso, como o de Vertonghen, a impedir um golo quase certo de Marco Reus. 

O Tottenham, sempre muito recuado face ao que é normal na equipa de Pochettino, nunca foi capaz de controlar com bola os ímpetos da parede amarela e as oportunidades, até ao intervalo, surgiram com mais facilidade do que o normal. Weigl, por exemplo, no mesmo lance, obrigou Lloris a duas grandes defesas. E quando uma grande ideia futebolística está perante um gigante das balizas...não há muito mais a fazer. 

Harry, o matador

Os primeiros momentos da segunda parte não tiveram o condão de acalmar os adeptos do Tottenham. O Dortmund voltou a entrar forte, com velocidade e arte nas combinações e nas deambulações entre jogo exterior e interior. Reus ainda ameaçou, mas estava escrito nas estrelas que a eliminatória iria ter desfecho britânico. Assim foi. 

O Dortmund ainda esboçou uma reação, tentando, pelo menos, evitar uma derrota que chegou a ser impensável durante boa parte dos primeiros 45 minutos, mas este Tottenham já não é só espetáculo, é maturidade, inteligência, consistência e...qualidade. Tratar os Spurs como um simples outsider pode ser arriscado. A base é boa, e o primeiro grande passo já foi dado: chegar aquela fase onde todos os sonhos são legítimos.