Um, dois, três: a conta que Wembley fez

Sem Harry Kane, serviu de furacão o sul-coreano Son Heung-Min, já um carrasco de longa data do Borussia Dortmund. Sem Dele Alli, houve a classe habitual de Christian Eriksen. Sem Ben Davies ou Danny Rose (por opção de Pochettino), houve Vertonghen a assistir e a marcar a partir da posição de lateral-esquerdo, na qual brilhou. E houve ainda Fernando Llorente a servir de suplente de luxo e a fechar o resultado em claros 3x0. Tudo isto em 45 minutos e o Tottenham já avista os quartos-de-final da Liga dos Campeões.

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Admitimos desde já: até dá vontade de saltar desde já para o resumo do que se passou na segunda parte, já que a primeira não teve metade do espetáculo. Mas vamos lá: primeiros 45 minutos de dificuldades na criação por parte das duas equipas, com Jadon Sancho a tentar desequilibrar a favor dos alemães (que não tiveram Reus ou Paco Alcácer), com o Tottenham a resistir graças a uma defesa reforçada, a ter mais bola mas a não conseguir impôr-se lá na frente, com a melhor ocasião da primeira parte a pertencer a Zagadou, jovem defesa francês do Dortmund que obrigou Lloris a mostrar o que tão bem sabe fazer.

Assim é outra história

Agora sim, falamos então na segunda metade, aquela que deixou os adeptos londrinos a alternarem o olhar fixo no relvado com a euforia dos festejos. E nem foi preciso esperar muito para que o primeiro golo surgisse. Antes da descrição do lance, altura de um pequeno aparte: também devido às ausências de duas das principais figuras do Tottenham - falamos de Kane e Alli, claro -, o reencontro do Dortmund com Son Heung-Min ganhou maior destaque na imprensa germânica. Os alemães chamam-lhe «BVB-Schreck», o «bicho-papão do Dortmund», que tinha já oito golos frente aos auri-negros (por Tottenham, Leverkusen e Hamburgo)... e passaram a ser nove.

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O lance, então, foi assim: Eriksen ganha uma bola no flanco esquerdo, Vertonghen acaba por encontrar espaço para o cruzamento e faz um arco perfeito na direção de Son, que salta no tempo certo e desvia com classe para bater Bürki e deixar o lateral Hakimi a pensar em tudo o que poderia ter feito para evitar aquele primeiro golo da eliminatória. Estavam abertas as hostilidades em Wembley, viria muito mais nestes 45 minutos de bonança londrina.

Durante muito tempo pensou-se que seria mesmo o tal «BVB-Schreck» o único carrasco dos auri-negros esta noite, mas o embalo deste segundo tempo em que o Tottenham conseguiu ser dominador como não conseguira na primeira metade foi aproveitado por mais dois homens: primeiro, aos 82', por Vertonghen, que já tinha brilhado na assistência e, depois de um cruzamento de Aurier, chegou a tempo de fazer o seu primeiro golo na Liga dos Campeões pelo Tottenham. Depois, já aos 86', com Llorente a responder a um canto de Eriksen e, logo depois de ter entrado em campo, a faturar também.

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Nada está decidido, mas o Tottenham vai à Alemanha com uma vantagem muito confortável e com toda a esperança de estar entre as oito melhores equipas desta Liga dos Campeões graças a uma das grandes noites europeias do clube. E isto numa noite em que duas das grandes estrelas não estiveram em campo.