Podia ter sido bem melhor. Mas chegou a parecer que ia ser ainda pior. Foi assim-assim. Nos primeiros 90 minutos da eliminatória, os dragões caíram pela primeira vez em Roma, embora levem todas as decisões para o Dragão. Conceição quis surpreender, mas a Roma foi mais italiana do que o costume e esteve a ganhar 2x0. Valeu o golo de Adrián López.
Um FC Porto em 4x4x2 foi surpresa, sem dúvida. Até porque, contrariamente ao previsto, foi Soares à descair para a direita, por forma a ser ele a referência das bolas longas, estando Andrade mais no centro. E, também de forma inesperada, foi um meio-campo sem Óliver, o construtor de jogo.
Digamos que, se foi um FC Porto a tentar surpreender dessa forma alternativa, acabou por ser um FC Porto surpreendido em alguns momentos, já que a saída de bola de Pepe e Felipe era sempre muito deficitária. Quando saía larga, era inconsequente, porque a Roma tinha a sua linha defensiva bem protegida. Quando saía curta, a boa pressão do miolo romano ganhava-a perigosamente.
Foram, por isso, vários sustos que Sérgio, nada satisfeito, apanhou.
Valeu que o momento pouco confiante dos romanos lhes retirou capacidade de decisão no último terço. Valeu que Zaniolo esteve muito escondido na linha e não esteve em zona central, como era previsto. Valeu, sobretudo, que Dzeko viu o poste (e Casillas, pareceu) devolver o lance mais perigoso de uma primeira parte pobre, com pouca qualidade.
Di Francesco optou pela maior experiência e notou-se a qualidade e sobriedade de De Rossi. Porém, Kolarov e Florenzi deram pouca fluidez à equipa, sempre ciente de que sofrer era proibido, e deixaram-na pouco capaz de se apoderar do meio-campo contrário. Era, no fundo, assim que Di Francesco queria o jogo.
Percebeu-se isso sobretudo depois de, a uma entrada capaz dos giallorossi, se ter seguido um recuo global da equipa. Pôde o FC Porto construir, com Herrera a partir de trás, mas sem que tal resultasse em alguma coisa de palpável. Zero pela direita, zero pelo meio, qualquer coisinha pela esquerda, mas descalabro assim que Brahimi saiu, por lesão.
Quando, na expectativa do erro contrário, a Roma chegou ao golo, a sensação de preocupação era grande. Era um FC Porto muito inoperante e com ainda menos referências.
Só que... de uma rosca surgiu nova esperança. O improvável Adrián López encontrou o caminho da baliza naquele que foi, aos 80 minutos, apenas o segundo remate dos dragões enquadrado com a baliza (sim, desta vez não se pode dizer que a equipa tenha sido capaz de produzir, mas foi eficaz.
E isso valeu-lhe um resultado, apesar de tudo, razoável. Venha o Dragão.