A ameaça da matemática pairou sobre o D. Afonso Henriques esta noite, mas não surgiu, seja por sorte, acaso ou pela determinação de um Hurtado que foi suplente de luxo. O triunfo ao cair do pano no dérbi concelhio não bastou para anular os muitos pontos negativos da temporada vitoriana e não deverá ter feito mais do que adiar o quase inevitável adeus ao sonho europeu, mas ainda não foi desta. Já o Moreirense fica com a vista um pouco mais turva na busca da permanência.
Era o duelo que abria a jornada, a noite estava agradável depois de um dia de sol e tratava-se de um dérbi, mas a moldura humana das bancadas não estava ao nível que tantas vezes se viu nesta temporada, e que faz do Vitória o clube com melhores assistências fora do espetro dos três grandes. O facto de os objetivos da equipa serem já por esta altura diminutos justificava-o.
Quanto ao jogo em si, e além das faltas técnicas e da falta de intensidade, pouco mais do que um remate de Raphinha que passou perto da barra da baliza frontal aos White Angels e do que uma boa defesa de Jhonatan a remate de Estupiñan. Pouco mais. Houve uma ligeira ameaça de auto-golo de Iago, mas assim até já estamos a esticar a corda na descrição do que de relevante se viu nesta primeira metade.
Houve vários minutos de ameaça vitoriana, com o golo a rondar de forma muito séria a baliza de Jhonatan e por fim a surgir mesmo, mas isso ficou para o final. Antes disso tivemos de assistir a mais meia hora, ou cerca disso, de intensidade quase nula e com destaque quase único para a apreensão em torno da situação física de Estupiñan, que chocou cabeça com cabeça com Iago, ficou inconsciente e, já reanimado, foi transportado para o hospital. Aguarda-se o diagnóstico.
Já depois da habitual fase de substituições consecutivas, e com o aproximar do apito final, lá se viu um Vitória SC por fim determinado na busca do golo, impulsionado por um agitado Paolo Hurtado que saltou fresco do banco de suplentes.
Houve ameaça séria, Jhonatan teve de se esforçar muito para negar o golo a Mattheus e o próprio Hurtado não acertou na baliza por muito pouco, até que o golo chegou mesmo, já dentro dos sete minutos de descontos concedidos numa segunda parte repleta de paragens. Foi ele mesmo, Paolo Hurtado, quem desviou uma das poucas jogadas bem construídas do Vitória SC e valeu três pontos.
O Vitória não reprovou por pouco na matemática. Para o Moreirense vêm aí 180 minutos decisivos para jogar e vários concorrentes diretos para acompanhar.
1-0 | ||
Paolo Hurtado 90' |