Jogo intenso, incerto e com muita emoção foi ganho por um Sporting muito melhor na segunda parte do que na primeira. Os erros defensivos voltaram a ser uma constante (Jorge Jesus tem trabalho a fazer), mas sobressaiu a maior qualidade dos jogadores leoninos. Podence entrou para ajudar de forma decisiva à vitória.
Pantufas, veludo, algodão, chinelo de dedo. Tudo utensílios interessantes e convidativos, mas não para jogar futebol nem para aparecer no Comendador Joaquim de Almeida Freitas. A temperatura era baixa, a humidade alta e a precipitação uma constante, razão pela qual a alcatifa verde rapidamente mostrou sinais de fragilidade.
Um contexto que convidava à utilização de fato-macaco, mas que o Moreirense vestiu primeiro que o Sporting. Fiel ao estilo de futebol tricotado, a equipa leonina apresentou-se com toques delicados, mas que rapidamente se percebeu que não era o indicado, até porque a agressividade e intensidade do adversário sugeria outra postura.
Uma postura que só foi adotada depois de um lance infeliz da defesa leonina que acabou com um auto-golo de Bruno César, a novidade no assombrado lado esquerdo da defesa. Um Moreirense como se esperava, recuado e a convidar à subida do leão no terreno para depois lançar as ferramentas de ataque.
Era assim que se esperava que Augusto Inácio apresentasse a sua equipa, foi assim que o técnico fez para tentar superar um Jorge Jesus com quem as divergências são antigas e davam um conto.
Só que os erros defensivos não estavam corrigidos e Dramé, que já tinha sido influente no primeiro, voltou a lançar as bases do segundo, com mais deficiências da retaguarda leonina.
A fórmula para recuperar só podia ser uma: ter bola mais à frente, arriscar e aumentar a intensidade. Tudo isso fez o Sporting, com consentimento de um Moreirense menos cerebral e mais precipitado. Recuados no terreno, os cónegos deixaram de alterar posições nos homens da frente e isolaram em demasia um Boateng que, sozinho, passou a ser presa fácil, tornando inconsequentes as piscinas feitas pelos colegas.
Era o momento de o Sporting arregaçar as mangas, deixar o lado gatinho e assumir o ato de leão. William ganhou novo fôlego, Adrien puxou dos galões e, com o motor ligado a meio, a equipa passou a ter mais rotação ofensiva.
As substituições ajudaram ainda mais e, quando o empate surgiu, por Bas Dost, já era mais do que justificado. Lançados no ataque, os sportinguistas festejaram pouco depois a concretização da reviravolta, num jogo que, mesmo assim, só no fim ficou resolvido.
Com feridas expostas no interior, mas com alma a transbordar no segundo tempo, o Sporting voltou às vitórias. E ainda deu para Palhinha ir a jogo.