O Sporting podia ter aproveitado o empate do Benfica mas saiu de Chaves com os mesmos pontos do rival encarnado. Bas Dost ainda virou o resultado, mas um golaço de Fábio Martins a três minutos dos 90 fixou o resultado final em 2x2.
O Desportivo de Chaves percebeu claramente onde poderia ferir mais o leão e foi isso que explorou. Foi quase sempre pelos flancos que os flavienses criaram perigo, com Fábio Martins e Perdigão em plano de destaque. Bruno César continua a ser um erro de «casting» a defesa esquerdo e Perdigão não precisou de muito para o provar. Minuto quatro, cruzamento da esquerda e Rafael Lopes entre os centrais a cabecear para golo.
Foi meia hora de muito e bom Desportivo, sobretudo porque as qualidades não estavam apenas no jogo ofensivo. Rafael Assis arrumava a casa no meio-campo defensivo e Braga, que já anda nisto há muitos anos, continua a ser um daqueles jogadores que não deslumbrando acabam por fazer quase tudo bem. Lá atrás, Ponck cumpria a central e Nélson Lenho ia «secando» Gelson.
Só depois do susto provocado por Fábio Martins (31') é que o Sporting acordou para o jogo, ainda que sem a intensidade que o empate do Benfica minutos antes na Luz fazia prever. Foi um leão arrastado e errático aquele que começou o jogo em Trás-os-Montes, cenário agravado nas exibições apagadas de Campbell e Alan Ruiz. Virada a meia hora, a coisa começou a melhorar, mas sem que Ricardo fosse posto à prova na baliza flaviense.
Mas de repente, o empate. Um momento de inspiração bastou para que o Sporting mudasse de campo com o resultado novamente igualado. O auxiliar de Nuno Almeida tinha acabado de indicar o minuto de compensação quando Gelson Martins ganhou espaço na direita e cruzou perfeito para a cabeça de Bas Dost, que aumentou para 12 os golos no campeonato. O leão não precisou de muito – de quase nada, na verdade – para sair com o jogo mais lançado para a segunda parte
Com o «balão» de oxigénio conseguido pela cabeça de Bas Dost, Jorge Jesus (que não se sentou no banco, castigado) optou por mexer logo ao intervalo. Os inconsequentes Joel Campbell e Alan Ruiz cederam os respetivos lugares a Bryan Ruiz e André, mas seria o suspeito do costume a virar o jogo a favor do Sporting: Bas Dost.
Curiosamente, o segundo golo do Sporting (75') surgiu três minutos depois da expulsão de... Rúben Semedo. O defesa, que não teve um jogo feliz, viu o segundo cartão amarelo por uma entrada dura e deixou os leões reduzidos a dez. Um momento que ameaçava ser decisivo mas que Bas Dost parecia ter evitado. André descobriu pouco depois o pé direito do holandês, que com um desvio já no chão bateu Ricardo Nunes pela segunda vez.
Mas se há coisa que este Desportivo de Chaves não faz é quebrar. O «soco» do segundo golo sofrido em superioridade numérica não tirou capacidade de reação ao conjunto de Ricardo Soares, que a três minutos dos 90 teve o prémio justo por ter encarado o leão sempre nos olhos. E Fábio Martins coroou uma excelente exibição com um «chapéu» de meia distância que serviu na perfeição. O golo da noite fechou as contas, que deixaram o Sporting na mesma em relação ao Benfica.