Caro leitor, se acha que lhe vamos falar de um jogo onde a Itália esteve em bloco baixo e a Espanha teve posse e fez circulação, esqueça. Nada disso. Foi o contrário. Os transalpinos somaram ocasiões de golo atrás de ocasiões e a Espanha remeteu-se a um papel menor. Venceu a turma italiana (2x0) que na próxima fase vai medir forças contra a Alemanha. São cosas de la vida.
Regresso à fórmula inicial
A Itália levou a cabo várias mudanças tendo por comparação o último jogo da fase de grupos, quando já tinha a sua vida resolvida e Conte aproveitou para dar a vez aos menos utilizados. No fundo, Conte voltou a usar as suas principais unidades.
Acutilante e intensa, a squadra azzurra tentou surpreender La Roja e quis ter posse no relvado do Stade de France. Com linhas subidas, a Itália dificultou a tarefa do meio-campo espanhol, que não teve outro remédio - aceitou e procurou encurtar espaço, demorando a impor o seu futebol.
Espanha não mudou
La Roja apresentou o mesmo onze inicial que nos três desafios anteriores.
Quando a Espanha tinha bola e tentava circular, os italianos pressionavam alto e tentavam provocar o erro adversário. Por isso, foram somando ocasiões atrás de ocasiões e obrigando De Gea a passar por um mau bocado. Os transalpinos tanto avisaram que, aos 33 minutos, chegaram mesmo ao golo. Éder bateu rasteiro, a barreira abriu, De Gea defendeu para a frente e, na recarga, Chiellini abriu o ativo para aquela que estava a ser a melhor equipa no relvado. Aliás, o 1x0 ao intervalo pecava por escasso tal fora a produção italiana.
Conte inteligente
A entrada de Thiago Motta por troca de De Rossi foi de mestre. O médio da Roma ia apresentando algum desgaste e antes que a Itália pudesse perder o controlo do meio-campo, Antonio Conte lançou um jogador fresco.
Com muitas dificuldades para reagir, no segundo tempo, La Roja continuava desligada e sem conseguir fazer as transições fosse pelos flancos, fosse pelo corredor central. A "fúria" não aparecia e os italianos tinham controlo absoluto sobre os espanhóis. E as oportunidades foram-se sucedendo junto às redes de De Gea.
De resto, só nos últimos minutos é que a Espanha tentou inclinar o campo para o seu lado. Ainda assim, a Itália continuava a ser mais forte na tática e no físico. A estocada final foi dada por Graziano Pellè, aos 90+1', minutos depois de Buffon ter segurado a vantagem num remate de Pique. Em contra-ataque, Darmian serviu Pellé que, sozinho, atirou a contar e carimbou o passaporte transalpino para a próxima fase.