Depois de Lisboa, há dois anos, agora Milão. É aí que as duas maiores equipas de Madrid terão novo encontro marcado na final da Liga dos Campeões. Esta noite, um auto-golo de Fernando acabou por ser decisivo para desequilibrar uma eliminatória onde o Real Madrid foi globalmente superior, mas na qual viu a incerteza pairar até ao fim.
Em blanco tinha ficado o resultado em Manchester. Não tinha havido Ronaldo e tinham existido cuidados variados de parte a parte. Para o Santiago Bernabéu, era preciso bem mais para se chegar a Milão, mesmo sabendo que não errar até era mais importante do que arriscar.
Pacientes e pouco dados a grandes riscos, os ingleses viam Agüero lá ao longe, sozinho, abandonado e presa fácil para Sergio Ramos e Pepe. E esta postura não se alterou muito, mesmo depois do golo madrileno, que acabou por surgir de forma natural e justa, também por essa postura aborrecida e pouco atrevida dos forasteiros.
Os merengues eram melhores e estiveram quase sempre por cima no encontro. Mesmo sem o pêndulo (Casemiro), a equipa foi personalizada e contou com as grandes exibições de Modric e de Kroos para ganhar o tal duelo do miolo não pela dimensão física, mas pela classe dos executantes.
A superioridade foi dando confiança aos laterais para as investidas habituais e foi muito por aí que o jogo se foi desbloqueando. Não apenas no golo, quando Carvajal foi à frente ajudar, mas em vários momentos em que o espanhol, tal como Marcelo do outro lado, foram fazendo a diferença.
Para os últimos minutos, o fio de jogo alterou-se. Falamos dos últimos 20, altura em que, de forma progressiva, o Real Madrid foi recuando no terreno. Por várias razões: porque a frescura se foi perdendo, porque os tais erros que não se podiam cometer iam retraindo a equipa psicologicamente e porque o Manchester City finalmente tentou dar um pouco de ânimo ao jogo.
Só que os homens de Pellegrini não se sentiram confortáveis com a bola no pé em organização ofensiva, pelo que, muitas vezes, se deixavam apanhar pela defesa contrária. Aliás, se esta fase poderia parecer interessante, não o foi porque ambas as equipas queriam jogar na transição rápida. O Real com Ronaldo na mira. O City porque Sterling e Ieanacho já estavam em campo.
Nem um nem outro foi realmente capaz de conseguir isso. Resultado? Beneficiou o Real Madrid, que assim conseguiu mais uma final. O Atlético é a última barreira para Ronaldo e companhia.