Foi preciso esperar pelos 86 minutos para o clássico ter todos os condimentos obrigatórios num jogo de tamanha dimensão como um FC Porto x Benfica. Foi nessa altura que depois de um fantástico pormenor de Silvestre Varela, André André se isolou perante Júlio César e rematou para o fundo da baliza, colocando o Estádio do Dragão em ponto de ebulição.
Um resultado importante por tudo o que significa animicamente derrotar o maior rival, mas também porque permite aos azuis e brancos continuarem na frente da tabela classificativa e deixarem os bicampeões nacionais a 4 pontos de distância.
De maneira geral, o FC Porto procurou assumir o encontro desde o apito inicial, enquanto o Benfica jogou mais em contenção, tentando aproveitar os espaços vazios que os dragões deixavam. Os dragões, contudo, especialmente na primeira parte, sentiram dificuldades para fazerem valer o seu jogo perante um adversário organizado. Tanto assim foi que as melhores ocasiões registadas nos primeiros 45 minutos pertenceram aos comandados de Rui Vitória. Em ambas foram cantos batidos por Gaitán, com Mitroglou a cabecear para Iker Casillas a defender.
O guarda-redes espanhol segurou o empate, mas na frente os dragões não produziam o necessário para desfazerem o nulo no resultado. Exemplo disso é que apenas aos 40 minutos executaram o primeiro remate no jogo. Foi Layún quem procurou fazer a diferença, mas a bola saiu muito desviada do alvo. Isto acontecia porque além da defesa do Benfica estar bem distribuída em campo – Aboubakar esteve quase sempre longe da baliza, tendo a exceção sido uma desmarcação após passe de André André -, Brahimi, o homem que mais tentava pegar na bola e levá-la para a frente pelas linhas, quase nunca conseguiu ganhar nos duelos a Nélson Semedo, que realizou uma exibição quase irrepreensível, à exceção dos últimos minutos.
Porém, o panorama mudou na segunda parte e por culpa da boa entrada em campo do FC Porto, que logo a abrir enviou uma bola ao poste por intermédio de Aboubakar. Júlio César estava batido, mas o remate do camaronês saiu ao ferro, após uma primorosa assistência de André André, o melhor jogador em campo e aquele que viria a ser o mais decisivo pelo golo que viria a apontar a quatro minutos dos 90.
Até essa altura, o FC Porto jogava mais sobre o meio campo do Benfica e os bicampeões nacionais sentiam dificuldades para sair a jogar. Aos 69 minutos as águias executaram o primeiro remate – foi Eliseu quem tentou a sorte – e verdadeiramente apenas ameaçaram a baliza de Casillas num lance em que Mitroglou cabeceou por cima, aos 73 minutos.
Todavia, nos últimos 15 minutos o FC Porto soube aproveitar o cansaço já notório em alguns jogadores adversários e assumiu definitivamente o encontro, acabando por fazer a diferença ao minuto 86, num lance finalizado por André André, o jogador que por aquilo que jogou foi o que mais mereceu ter um papel decisivo na partida.