Rui Vitória tinha avisado: os do topo não tinham conseguido passar em Guimarães. Também o Benfica não conseguiu essa missão, mas não foi preciso. Era apenas necessário fazer o mesmo que o FC Porto e, num jogo onde foi perdulária, a equipa de Jorge Jesus ficou-se pelo empate, que garante o 34. O Benfica ganha o campeonato 2014/2015!
Empolgados pelas contas que podiam ficar já arrumadas, os encarnados só demoraram quatro minutos a perceber que a debilidade inicial do Vitória estava a meio. A passagem de Josué para médio não teve coordenação imediata e permitiu que, durante o primeiro quarto de hora, o Benfica pudesse criar lances suficientes para uma vantagem confortável.
Douglas terá sentido, ao minuto 15, uma dor e caiu no relvado, isto já depois de Josué ter estado a receber assistência durante alguns minutos. O calor era muito e o momento foi bem visto pelos atletas para se refrescarem. Mas não foi isso que realmente significou a paragem.
O Benfica passou a ter os espaços bem mais curtos e muito pouca margem para Lima e Jonas receberem e tocarem. Por isso, o que se viu até ao intervalo foi um jogo bem mais equilibrado, com as águias a terem o controlo do jogo, mas com os vimaranenses a saírem com estofo para a transição rápida.
O segundo tempo foi mais escasso em emoção. Sobretudo porque os vimaranenses encaixaram melhor num Benfica ansioso e a acusar a pressão. Pizzi, a meio, cometeu vários erros, Fejsa foi demonstrando falta de pernas para os 90 minutos e a dupla ofensiva Lima e Jonas tinha espaço nulo. Para complicar ainda mais, Salvio e Gaitán erravam bem mais do que acertavam nas suas investidas.
Jorge Jesus estava em polvorosa. Via a sua equipa jogar no meio-campo contrário, só que sem criatividade e fulgor para encontrar espaço na área. De meia distância, ninguém tentava. E os adeptos calavam-se, tensos e nervosos, provavelmente a verem fantasmas anteriores.
O tempo passava e as alterações de Jesus não resultavam. Os vimaranenses faziam a festa. Até que, pelo rádio, pela internet ou pelo «passa palavra», chegava a boa notícia ao topo norte: golo do Belenenses!
Num ápice, mais que um golo e os olhos fora do relvado. Os adeptos do Benfica explodiram e deliraram. O título estava mesmo ali, era uma questão de minutos. Quase não mais se viu jogo. E nem com os seis de compensação. Tochas, cânticos, alegria e explosão de entusiasmo. Benfica bicampeão!