Uma primeira parte assombrosa do Bayern München e assombrada para o FC Porto tirou toda a claridade e clarividência à equipa de Lopetegui. Desde os de trás aos da frente, não esquecendo o próprio técnico, todos tiveram culpa no cartório, se bem que o jogo não foi contra uma equipa qualquer. Os alemães mostraram que, há seis dias, tiveram um acidente na Invicta. E o FC Porto está fora da Liga dos Campeões.
Só que foi no jogo aéreo que, em meia hora, o FC Porto encaixou três golos e ficou com tudo invertido. Falar depois do acontecimento é muito mais confortável do que antes, mas é lógico que a cartada de Lopetegui para colmatar as ausências saiu completamente ao lado.
Há 77 anos! O @FCPorto sofreu apenas por uma vez 5 golos na 1.ª parte (D 7-0 #SLBenfica, Campeonato de Portugal 1937/38) #playmaker
— playmaker stats (@playmakerstats) 21 abril 2015
Por isso, entrou Ricardo, para tentar minimizar os estragos de uma equipa que já tinha baixado totalmente os níveis de confiança. Aliás, equipa não era de certeza. Cada um por si, com coração mas muito pouca cabeça, tentava desesperadamente remar contra um aglomerado de qualidade individual que fazia do jogo coletivo uma força brutal.
O Bayern München, claro, estava com a corda toda. Espicaçado pela partida do Dragão, o conjunto de Guardiola não permitiu espaços, nem remates, nem triangulações, nem jogo flanqueado. Tudo o que o FC Porto poderia tentar estava fechado. Só que a equipa azul e branca nem tentava.
Antes do intervalo, mais um e depois outro. A missão era, então, quase impossível. Só uma palavra milagrosa de Lopetegui poderia mudar o cenário. Mas não houve.
Ricardo, Jackson e um golo para (des)consolação
É verdade que o FC Porto entrou finalmente a pressionar em todo o campo, no risco de um para um. Teve mais bola, teve mais tempo e mais espaço, mas não no último terço, onde, quando chegou, foi bloqueado de forma tranquila e serena por um Bayern que abandonou a 'loucura' e passou a um ritmo bem mais calmo, quase de treino.
Estávamos no minuto 73 e ventos de alguma esperança no milagre sopraram no Allianz Arena. Mas logo se viu que era miragem. O Bayern melhorou na posse novamente e chegou ao sexto, já depois de Marcano ter sido expulso. Tudo sentenciado. E Dante ainda foi a jogo...
Thiago Alcântara, um regalo. Intensidade incrível, apoio em toda a extensão do campo, equilíbrio defensivo na pressão e o fensivo na condução. Um jogador à parte. Um espetáculo.
A primeira parte do FC Porto, desde a tática às peças, mas sobretudo na atitude. Um dragão vencido pelo medo.