Foi com o golo de Neymar que a língua portuguesa entrou em ação, mas foi com Cristiano Ronaldo e Pepe que mais se ouviu o grito nacional no jogo mais aguardado. Ritmo louco, golos, emoções e uma vitória justa do Real Madrid, que dá mais cor ao campeonato espanhol e que tombou o Barcelona pela primeira vez.
A entrada a vencer dos catalães despertou o Real Madrid e todo um estádio em polvorosa com a dinâmica do seu ataque, cada vez mais aprimorado na forma como sai em transições rápidas. Já não há Di Maria, Bale também não estava, mas James Rodríguez cresce a olhos vistos e está feito um 'senhor jogador'.
Os primeiros minutos foram verdadeiramente frenéticos. Ao golo blaugrana respondeu Benzema com duplo disparo aos ferros. Num estilo de jogo bem menos intenso que aquele que outrora dominava totalmente com Guardiola, os catalães lá acalmaram a avalanche merengue nos minutos seguintes. Apostados em não cometer erros em posse, os forasteiros passaram para uma fase de domínio a meio do primeiro tempo, que só não resultou no ampliar do resultado porque Casillas esteve imperial a fechar a baliza.
FINAL: Real Madrid 3-1 Barcelona (C.Ronaldo, 34’; Pepe, 50’; Benzema, 61’ / Neymar, 3’) #RealMadridvsFCB #RMLive pic.twitter.com/oSTj9N2Gb5
— Real Madrid C. F. (@realmadrid) 25 outubro 2014
E foi depois da meia hora que os homens da casa voltaram à carga. Perante um Barcelona que tinha como grande surpresa a aposta em Mathieu para o lado esquerdo da defesa, foi sobretudo por aí que os madrilenos tentaram explorar em velocidade, só que haveria de ser do outro lado, com um super-Marcelo, que o golo apareceria, pois o brasileiro furou e só com a mão Piqué parou o seu cruzamento.
Ronaldo colocava justiça no marcador para o intervalo, fazendo também o primeiro remate certeiro na baliza do Barcelona neste campeonato, terminando com a série de baliza inviolada que é recorde.
Atendendo a toda a intensidade que se tinha vivido no primeiro tempo, a chave para o segundo, onde se continuariam a cometer erros de parte a parte, era o aspeto físico e o jogo decidir-se-ia por aí.
Se a primeira parte abriu com o golo do Barcelona, a segunda registou o tento de Pepe. Era tempo, então, de reação do líder do campeonato, mas tal não aconteceu, como o adversário tinha feito no primeiro tempo.
O Real Madrid estava melhor. Mais confiante, mais empolgante e empolgado, mais familiarizado com a essência do jogo. A vantagem assentava-lhes bem e o golo da tranquilidade era uma questão de tempo e de acerto, pois as investidas em contra-ataque sucediam-se.
#RMxFCB: O #RealMadrid já não fazia uma "remontada" sobre o Barcelona em casa há 21 anos! #playmaker
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Foi num erro de Iniesta, como podia ter sido num de Xavi, Mascherano, Mathieu ou Piqué. Desconcentrada e sem alma, a equipa catalã arrastava-se em campo, à espera de um rasgo do trio maravilha Neymar-Messi-Suárez, que pareceu mais maravilhado com o adversário do que à procura de fazer maravilhas para as suas cores.
As substituições também não surtiram efeito. Rakitic até entrou bem, Sergi Roberto também se mostrou esforçado, mas os que permaneciam em campo caíam de qualidade à medida que o tempo cavalgava rumo ao apito final.
Foi 3x1 mas podiam ter sido mais. As inúmeras transições do Real Madrid podiam ter tido outros fins, mais agradáveis, se muitas vezes não existisse excesso de confiança para o último passe. E Cristiano Ronaldo até foi dos que mais falhou no segundo tempo.
Ainda assim, triunfo justíssimo do Real Madrid, com um resultado que apimenta bastante La Liga.